ANA PAULA MACHADO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A General Motors demitiu 300 funcionários de sua fábrica em Gravataí, no Rio Grande do Sul, segundo o sindicato dos metalúrgicos local. A empresa não confirma esse número, informa apenas que, por conta do mercado em queda, parte dos 800 empregados, que estavam com o contrato de trabalho suspensos (lay-off), não retornou à unidade.
“Durante o período do acordo, que encerrou no dia 30 de abril, mais da metade destes empregados retornaram ao trabalho pois a esperada recuperação do mercado, infelizmente, não aconteceu. Na realidade, houve queda de mais de 26% nas vendas da indústria apenas nos primeiros 4 meses de 2016”, informou a montadora em comunicado.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari, disse que a companhia não negociou com a entidade essa demissão e simplesmente enviou telegramas de dispensas para os colaboradores.
“Vamos entrar com as medidas jurídicas cabíveis para tentar reverter as demissões na fábrica. Até porque, os estoques da montadora estão ajustados e as vendas dos modelos que a empresa produz aqui, estão em alta”, disse Ascari.
Em Gravataí, a GM emprega cerca de 3,5 mil funcionários e fabrica o compacto Onix e o sedã Prisma. Até abril, a montadora vendeu 25,82 mil carros o que lhe rendeu a liderança de mercado desbancando a Fiat.
“Na semana passada, mandamos uma comunicação para a montadora perguntando se o retorno dos funcionários em lay-off estava mantido. Não tivermos retorno e hoje, fomos surpreendidos com essas demissões”, disse a advogada do Sindicato, Karen Muliterno de Andrade.
Segundo ela, a entidade vai entrar com um pedido de dissídio junto ao Tribunal Regional do Trabalho para suspender as demissões e marcar uma audiência de conciliação.
“Foi uma decisão unilateral e arbitrária da GM.”