Em março de 2016, a produção industrial nacional avançou 1,4% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, após recuar 2,7% em fevereiro. Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, o total da indústria apontou queda de 11,4%, em março de 2016, vigésima quinta taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação e mais elevada do que a observada em fevereiro (-9,8%). Assim, no índice acumulado para os três primeiros meses de 2016, o setor industrial assinalou redução de 11,7%. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, com a queda de 9,7% em março de 2016, mostrou a perda mais intensa desde outubro de 2009 (-10,3%) e manteve a trajetória descendente iniciada em março de 2014 (2,1%).

O crescimento de 1,4% da atividade industrial, na passagem de fevereiro para março de 2016, foi observado em todas as quatro grandes categorias econômicas e em 12 dos 24 ramos pesquisados. Entre os setores, a principal influência positiva foi registrada por produtos alimentícios, que avançou 4,6%, eliminando o recuo de 2,1% acumulado entre janeiro e fevereiro de 2016. Outras contribuições positivas importantes sobre o total da indústria vieram de máquinas e equipamentos (8,5%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (8,3%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (2,7%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (3,6%) e de produtos de madeira (4,2%). Vale ressaltar que, com exceção da última atividade que mostrou crescimento pelo terceiro mês seguido e acumulou ganho de 13,8% nesse período, as demais apontaram taxas negativas em fevereiro último: -8,0%, -0,3%, -9,3% e -3,1%, respectivamente. Por outro lado, entre os onze ramos que reduziram a produção nesse mês, o desempenho de maior importância para a média global foi assinalado por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que recuou 6,5%, interrompendo três meses de taxas positivas consecutivas e que acumularam expansão de 8,1%. Outros impactos negativos importantes foram observados nos setores de celulose, papel e produtos de papel (-3,1%), de indústrias extrativas (-0,9%), de metalurgia (-2,1%), de produtos de borracha e de material plástico (-2,9%) e de móveis (-4,6%).

Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de capital, ao avançar 2,2%, mostrou a expansão mais acentuada em março de 2016 e a terceira taxa positiva consecutiva, acumulando nesse período ganho de 3,1%. Vale destacar que esses resultados interromperam três meses de queda na produção e acumularam redução de 11,2%. Os setores produtores de bens de consumo semi e não-duráveis (0,9%), de bens de consumo duráveis (0,3%) e de bens intermediários (0,1%) também ampliaram a produção nesse mês, mas com intensidade menor do que a média nacional (1,4%). Com os resultados desse mês, o primeiro eliminou a queda de 0,6% observada em fevereiro último quando interrompeu três meses de crescimento na produção, com ganho acumulado de 0,8% nesse período; o segundo volta a crescer após registrar perda de 8,5% nos dois primeiros meses do ano; e o último mostra ligeiro acréscimo, após recuar 1,9% no mês anterior.

Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria apontou decréscimo de 0,3%, no trimestre encerrado em março de 2016 frente ao nível do mês anterior, e manteve a sequência de taxas negativas iniciada em novembro de 2014. Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, bens de consumo duráveis (-2,9%) mostrou o maior recuo nesse mês e acentuou o ritmo de queda frente ao verificado no mês anterior (-0,3%). O segmento de bens intermediários (-0,3%) também assinalou resultado negativo em março de 2016 e prosseguiu com a trajetória descendente iniciada em setembro de 2014. Por outro lado, os setores produtores de bens de capital (1,0%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (0,2%) apontaram os avanços nesse mês, com o primeiro interrompendo a sequência de resultados negativos iniciada em outubro de 2014; e o segundo permanecendo com o comportamento ligeiramente positivo desde janeiro de 2016, após acumular perda de 2,0% entre julho e dezembro de 2015.

Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial mostrou queda de 11,4% em março de 2016, com perfil disseminado de resultados negativos, alcançando as quatro grandes categorias econômicas, 22 dos 26 ramos, 65 dos 79 grupos e 75,5% dos 805 produtos pesquisados. Entre as atividades, veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuou 23,8%, e indústrias extrativas (-16,6%) exerceram as maiores influências negativas na formação da média da indústria, pressionadas, em grande parte, pelos itens automóveis, caminhões, autopeças, veículos para transporte de mercadorias, chassis com motor para ônibus e caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques e carrocerias para ônibus e caminhões, na primeira; e minérios de ferro e óleos brutos de petróleo, na segunda. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram de máquinas e equipamentos

(-17,8%), de metalurgia (-14,4%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-31,1%), de produtos de metal (-19,6%), de produtos de borracha e de material plástico (-16,8%), de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-5,8%), de produtos de minerais não-metálicos (-14,3%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-17,4%), de outros equipamentos de transporte (-22,0%), de produtos têxteis (-15,7%) e de móveis (-17,9%). Por outro lado, ainda na comparação com março de 2015, as atividades de produtos do fumo (17,4%) e de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (2,7%) exerceram as principais influências positivas nesse mês.

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de capital (-24,5%) e bens de consumo duráveis (-24,3%) assinalaram, em março de 2016, as reduções mais acentuadas entre as grandes categorias econômicas. Os setores produtores de bens intermediários (-10,9%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (-3,8%) também mostraram resultados negativos nesse mês, mas ambos com recuos abaixo da média nacional (-11,4%).

No índice acumulado para o período janeiro-março de 2016, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial mostrou queda de 11,7%, com perfil disseminado de taxas negativas, já que as quatro grandes categorias econômicas, 23 dos 26 ramos, 63 dos 79 grupos e 75,4% dos 805 produtos pesquisados apontaram redução na produção. Entre as atividades, veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuou 27,8%, e indústrias extrativas (-15,3%) exerceram as maiores influências negativas na formação da média da indústria, pressionadas, em grande parte, pelos itens automóveis, caminhões, autopeças, veículos para transporte de mercadorias, caminhão-trator para reboques e semirreboques, chassis com motor para ônibus e caminhões e carrocerias para ônibus, na primeira; e minérios de ferro e óleos brutos de petróleo, na segunda. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram de máquinas e equipamentos (-23,7%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-34,7%), de metalurgia (-13,9%), de produtos de borracha e de material plástico (-15,7%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-20,5%), de produtos de metal (-17,0%), de produtos de minerais não-metálicos (-13,4%), de outros equipamentos de transporte (-23,6%), de bebidas (-7,9%), de produtos têxteis (-15,9%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-11,4%), de móveis (-15,7%) e de produtos alimentícios (-1,4%). Por outro lado, as atividades de produtos do fumo (31,3%) e de celulose, papel e produtos de papel (1,7%) exerceram as principais influências positivas nesse mês.

Entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para os três primeiros meses de 2016 mostrou menor dinamismo para bens de capital (-28,9%) e bens de consumo duráveis (-27,3%), pressionadas especialmente pela redução na fabricação de bens de capital para equipamentos de transporte (-28,6%), na primeira; e de automóveis (-25,3%) e eletrodomésticos (-34,8%), na segunda. Os segmentos de bens intermediários (-10,3%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (-4,5%) também assinalaram taxas negativas no índice acumulado do primeiro trimestre do ano, com o primeiro registrando recuo abaixo da magnitude observada na média nacional (-11,7%), e o segundo apontando a queda mais moderada entre as grandes categorias econômicas.

Indústria recua 11,7% no primeiro trimestre de 2016

Em bases trimestrais, os sinais de menor dinamismo da atividade industrial também ficam evidenciados, com o setor industrial recuando 11,7% nos três primeiros meses de 2016, oitava taxa negativa consecutiva, e mantendo a queda de dois dígitos observado no último trimestre de 2015 (-11,9%), ambas as comparações contra iguais períodos do ano anterior. Entre as grandes categorias econômicas, todas prosseguiram com o comportamento negativo entre esses dois períodos, mas somente bens intermediários, ao passar de -9,6% no quarto trimestre de 2015 para -10,3% no trimestre seguinte, intensificou a perda, pressionado, em grande parte, pela redução vinda do setor extrativo (de -7,4% para -15,3%). O setor produtor de bens de capital (de -31,9% para -28,9%) mostrou a principal diminuição no ritmo de queda entre os dois períodos, mas permaneceu com o resultado negativo mais elevado no primeiro trimestre de 2016. Os segmentos de bens de consumo semi e não-duráveis (de -6,3% para -4,5%) e de bens de consumo duráveis (de -27,9% para -27,3%) também registraram redução na magnitude de perda entre os dois períodos, com o primeiro apontando a taxa negativa menos acentuada entre as grandes categorias econômicas; e o segundo prosseguindo com recuo bem acima da média da indústria. A redução na produção de bens de consumo semi e não-duráveis (-7,4%) em outubro de 2015 foi a décima segunda taxa negativa consecutiva na comparação com igual mês do ano anterior, praticamente repetindo os resultados registrados em agosto (-7,5%) e setembro (-7,5%) últimos. O desempenho nesse mês foi explicado pelos recuos observados em todos os seus grupamentos: semiduráveis (-17,1%), não-duráveis (-9,3%), alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-2,5%) e carburantes (-5,1%).