SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No final da tarde desta terça-feira (3), alunos das escolas estaduais de São Paulo ocuparam o plenário da Assembleia Legislativa (Alesp), no Ibirapuera.
Os deputados estavam na ordem do dia (fase da sessão em que ocorrem as discussões e votações das proposições dos projetos escolhidos pelo presidente da Assembleia) quando os estudantes entraram no plenário. A sessão foi interrompida.
O presidente da Alesp, Fernando Capez (PSDB) foi citado em delação como destinatário de parte da propina na chamada “máfia da merenda” – esquema de superfaturamento na distribuição de suco de laranja para a merenda da rede pública, garantido por propinas que oscilavam de 10% a 30% dos valores acertados – entre outros deputados estaduais e federais.
Até o momento, no entanto, a Assembleia não demonstrou interesse em criar uma investigação sobre o caso.
OCUPAÇÕES
Desde a última quinta-feira (28), estudantes ocupam o Centro Paula Souza, pedindo melhorias nas merendas distribuídas nas Etecs (escolas técnicas estaduais). O Paula Souza é o responsável pela administração de 219 Etecs e 66 Fatecs (faculdades de tecnologia), em mais de 300 municípios.
Após ordem de reintegração de posse expedida no domingo (1º), a Polícia Militar entrou no prédio ocupado pelos estudantes na manhã de segunda-feira (2), sob ordem do secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes.
A entrada da PM, justificada pela secretaria como um meio de assegurar o acesso dos funcionários do Paula Souza ao local de trabalho, foi considerada ilegal pela Justiça de SP, por não haver mandado para o cumprimento da reintegração. Depois de determinação para deixar o centro, a PM saiu do prédio na noite de segunda.
A audiência de conciliação que decidirá sobre a reintegração de posse foi marcada para esta quarta-feira (4).
Após a entrada dos alunos no Centro Paula Souza, mais três escolas foram ocupadas: a Etec Santa Ifigênia, no mesmo complexo da sede do Paula Souza, a Etesp, no centro, e a Etec Paulistano, na zona norte. As Etecs de Pirituba, Jaraguá, na capital paulista, e de Embu, região metropolitana, têm registro de manifestações, mas apenas na escola de Jaraguá as aulas foram totalmente interrompidas.