ANA PAULA MACHADO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os funcionários da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, paralisaram a fábrica nesta quarta (4). A decisão, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ocorreu em retaliação às declarações do presidente da montadora, Philipp Schiemer, que afirmou, na semana passada, que o PPE (Programa de Proteção ao Emprego) não seria mais adequado para a unidade.
“A paralisação de hoje é um recado à direção da montadora. O presidente da montadora afirmou na semana passada que o PPE se esgotou e há um excedente de dois mil trabalhadores. Queremos deixar claro que queremos negociar uma solução conjunta, mas não aceitaremos demissões”, disse o diretor administrativo do sindicato, Moisés Selerges.
Atualmente, do total de 9,8 mil trabalhadores na fábrica da Mercedes-Benz em São Bernardo, oito mil estão no regime de PPE, com jornada reduzida em 20%. A adesão ao programa foi feita em setembro de 2015 e o período de estabilidade vence em agosto.
Selerges reforçou que o sindicato quer iniciar um processo de negociação bem antes do fim do período de estabilidade, mas que as conversas ainda não foram iniciadas. A produção deve ser retomada normalmente nesta quinta-feira (5).
Em nota, a Mercedes-Benz lamentou a paralisação das atividades da fábrica e afirmou que a empresa vem sofrendo com a queda do mercado doméstico.
“É importante lembrar que, desde 2014, a Mercedes-Benz vem adotando diversas medidas de flexibilidade e gestão de mão de obra para gerenciar o excedente de mais de 2 mil pessoas na fábrica de do ABC”, informou a montadora.
Até abril, a montadora comercializou 5,28 mil caminhões e 2,56 mil ônibus no mercado brasileiro.