GUSTAVO URIBE E VALDO CRUZ
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki de afastar o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi recebida com alívio pelo grupo do vice-presidente Michel Temer.
O diagnóstico do comando peemedebista é que a permanência do aliado no comando da Câmara dos Deputados só desgastaria a imagem de um eventual governo interino caso a presidente Dilma Rousseff seja suspensa pelo Senado Federal na próxima quarta-feira (11).
Por Cunha ser correligionário e aliado de Temer, além dele ter sido o responsável pela abertura do processo na Câmara dos Deputados, o vice-presidente manterá discrição sobre a decisão e aguardará o julgamento do plenário da Suprema Corte sobre o tema para definir se irá se pronunciar.
Nos últimos dias, Temer disse a aliados que iniciaria um processo de afastamento de Cunha caso assuma o Palácio do Planalto, recebendo-o apenas em agendas oficiais. O receio é que a imagem do peemedebista contaminasse a sua gestão interina.
O grupo do vice-presidente também considera frágil a avaliação de que o afastamento de Cunha pode fortalecer o argumento de que o processo de impeachment deve ser reavaliado, como tem defendido integrantes do governo petista.
Nas palavras de um peemedebista, Cunha apenas acolheu o pedido, mas quem decidiu pelo prosseguimento não foi ele, mas dois terços do plenário da Câmara dos Deputados. Para ele, o argumento também perde força caso o Senado Federal aprove o afastamento de Dilma.