ARTUR RODRIGUES E PAULO SALDAÑA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Ministério Público Estadual abriu nesta quinta-feira (5) dois inquéritos para apurar a situação das merendas e a relação com os alunos nas Etecs (Escolas Técnicas Estaduais).
O promotor da Educação João Paulo Faustinoni e Silva afirmou, em despacho, que não houve apresentação de proposta concreta durante audiência com os estudantes e representantes do Centro Paula Souza, que administra as escolas técnicas, para melhorar a situação da merenda nas unidades.
Ele também afirma também que vai investigar “alimentação não seria ofertada em toda a rede e que, em boa parte das Etecs, a oferta se resumiria à denominada merenda seca, pouco nutritiva”. A Folha de S.Paulo revelou na quarta (4) que uma a cada três Etecs tem a merenda seca.
Entre os questionamentos que o promotor fará ao Centro Paula Souza estão os planos para oferecer alimentação saudável aos alunos em curto prazo.
O movimento de ocupação de escolas técnicas no Estado de São Paulo, que começou há uma semana na sede do Centro Paula Souza, na região central da capital paulista, agora se espalhou para todas as regiões da cidade e já atingiu ao menos 11 unidades nesta quinta (5).
As ocupações dos prédios por estudantes afetam as aulas de forma total ou parcial. Unidades na Grande SP, como a Etec de Embu das Artes, também chegaram a ter as atividades interrompidas pelos alunos, mas voltaram a operar normalmente.
DIÁLOGO
O outro inquérito vai apurar os canais de diálogo com os alunos nas Etecs e escolas estaduais. Ele afirma que, diante dos protestos, o governo “retoma a administração as mesmas condutas, sem que tenhamos notícias do aperfeiçoamento das medidas preventivas e/ou de fortalecimento da gestão democrática que possam evitar o recrudescimento de conflitos e a reiteração de eventos que colocam em risco”.
Na saída de audiência pública na quarta (4), representante do Centro Paula Souza afirmou que os estudantes se recusaram a negociar. Eles também faltaram a encontro com o secretário e vice-governador Márcio França, para apresentação de propostas.
O Centro Paula Souza não comentou a abertura da investigação para apurar a situação das merendas.