LUIZ COSENZO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Cruzamentos da direita, da esquerda, chutes à queima-roupa e salto, muitos saltos. Geralmente o treinamento e o aquecimento dos goleiros antes das partidas se resumem a essas atividades. No Audax, finalista do Campeonato Paulista, os treinos têm uma parte extra para os jogadores da posição.
Sidão, o titular, e os reservas Felipe Alves –que perdeu a titularidade após uma contusão– e Jefferson fazem atividades específicas como um jogador de linha. Treinam passes curtos, médios, longos e inversão de jogo. Até treino com um rival pressionando a saída de bola faz parte da programação praticamente diária.
“Meu trabalho é agregado ao do Fernando Diniz. Ele elabora os trabalhos para estimular o goleiro, e isso me ajuda muito. Tenho que treiná-los de acordo com o estilo de jogo da nossa equipe. Reproduzimos todas as situações que podem acontecer na partida”, disse Leandro Idalino, 39, preparador de goleiros do clube de Osasco.
“É uma gama de repetição para facilitar a tomada de decisão na hora do jogo, no momento que o adversário adianta a marcação. Esse é o diferencial do nosso trabalho aqui para o trabalho que realizei em outros clubes”.
Com o estilo de jogo de troca de passes desde a pequena área e a formação mais adiantada do time, os goleiros também assistem a vídeos sobre o comportamento ofensivo do time rival e em campo.
“É importante saber se o nosso rival joga com centroavante fixo, se tem jogadores pela beirada, se tem um atacante mais de mobilidade. Tudo isso é importante por conta do nosso esquema”, explica.
Em dias de jogos, o aquecimento demora em média 30 minutos. O trabalho dos goleiros rivais normalmente dura dez minutos a menos.
As atividades tanto antes das partidas quanto nos treinamentos têm um convidado, além dos goleiros e do preparador. É o massagista Carlos Roberto Cândido, 56, o Alemão, que ajuda com chutes, lançamentos e toques curtos.
Geralmente, Idalino fica de frente para Sidão, enquanto Alves se posiciona aberto de um lado e Alemão do outro.
“O Alemão tem o dom de bater na bola e nos ajuda muito. Ele está sempre integrado com a gente, gosta realmente do que faz”, disse o preparador. “É uma pessoa especial e está sempre com a gente”, comenta Sidão.
“Não sou apenas um massagista que faz massagem, que carrega água, nem confidente dos jogadores. Quero participar, contribuir em outras situações e fico feliz de ajudar o Leandro e os goleiros”, conta Alemão, que tentou jogar profissionalmente, mas não conseguiu.