LUCIANA DYNIEWICZ
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – O presidente da Argentina, Mauricio Macri, fugiu de fazer uma avaliação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Questionado, na tarde desta sexta-feira (6), sobre a possibilidade de um golpe estar em curso no Brasil, passou o microfone para seu chefe de gabinete, Marcos Peña.
Peña voltou a dizer que a crise política deve ser resolvida pelas instituições brasileiras. “Há um processo institucional em andamento, corresponde às instituições do Brasil resolvê-lo.”
Acrescentou que, se há alguma discussão sobre a legitimidade do impeachment, ela poderá ser levada às instituições internacionais “em algum momento”.
Macri também não quis comentar como poderá ser a relação entre os dois países se houver mudança na Presidência brasileira: “Não quero me adiantar aos fatos”.
Em entrevista coletiva a jornalistas estrangeiros realizada na Quinta de Olivos (residência oficial do presidente), o mandatário afirmou que conversou por telefone com Dilma recentemente e comentou que o Brasil é um sócio estratégico da Argentina.
“É um país irmão. Acredito que vai resolver institucionalmente seus conflitos. Seu sistema é sólido e desenvolvido. Essa é e será sempre minha posição.”
AÉCIO NEVES
Questionado pela reportagem sobre a relação política que mantém com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), Macri respondeu que, quando venceu as eleições, foi felicitado pelo brasileiro por telefone. Disse também que eles conversaram sobre a possibilidade de fazerem um “bom” trabalhos juntos “com ele [Aécio] como senador”.
Em janeiro, Aécio tentou agendar uma audiência com Mauricio Macri, mas não teve sucesso.
O presidente argentino destacou ainda que, durante o governo de sua antecessora, Cristina Kirchner, havia uma maior sintonia política com o Brasil, mas que essa boa relação não fez com que os projetos bilaterais avançassem.
De acordo com o dirigente, os trabalhos entre os dois países seguem normalmente e “impulsionados”, apesar das trocas de ministros no Brasil.