Há uma máxima que diz que uma novela quando é boa pega logo no primeiro capítulo. Com Eta Mundo Bom foi assim. A atriz Elizabeth Savalla, intérprete de Cunegundes, conta que logo depois do primeiro capítulo ela foi ao supermercado e já foi chamada pelo nome da personagem. Logo depois, andando pela zona sul do Rio de Janeiro, um taxista gritou bem alto Cunegudes, ela olhou, e em seguida as pessoas começaram a aplaudi-la, no meio da rua, com o sinal fechado. Confesso que eu estranhei, por aqui, as pessoas estão super acostumadas a encontrar com a gente. Mas isso prova o sucesso da novela desde o primeiro capítulo, comemora.

Considerada pé de coelho por Carrasco, Elizabeth Savalla só não fez duas novelas do autor na Globo: Gabriela (2012), na qual foi cotada para viver Maria Machadão, papel que acabou ficando com Ivete Sangalo, e Verdades Secretas, exibida no ano passado. Savalla também está feliz por voltar a fazer parceria com o curitibano Ary Fontoura, com quem contracenou em diversas tramas de Walcyr, commo Chocolate com Pimenta (2003) e Morde & Assopra (2007). A parceria dos dois, no entanto, é bem antiga: remonta à primeira versão de Gabriela, exibida em 1975.

Eta audiência boa — Após 100 capítulos exibidos, marca conquistada na quinta-feira (12), dia em que a reportagem visitou e acompanhou as gravações nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, a equipe da novela conquista uma marca expressiva: é a maior audiência do horário em quatro anos, desde que foi exibida Flor do Caribe.

Em Curitiba, por exemplo, onde a trama é exibida pela RPC, sete em cada dez televisores sintonizam a emissora no horário, o que dá a marca de incríveis 70% de share e 31 pontos de média.

Nas redes sociais, o sucesso se repete. Tanto que Walcyr e Elizabeth têm o hábito de assistir à novela com o telefone na mão e interagirar com os telespectadores. Durante o caminho até em casa, vou twittando, acompanhando e vejo no carro também. Sou eu mesmo que faço minhas redes, revela.

O sucesso do núcleo da fazenda é tanto que o público vem pedido um spin-off, um programa depois do término da novela, só com a trupe da fazenda D. Pedro II. É possível? Para Elizabeth Savalla, sim. Tenho comentado com o Walcyr sobre isso. As pessoas realmente estão querendo e seria muito divertido, mas aí é com a Globo, desconversa.

De volta à fazenda

O Bem Paraná acompanhou as gravações das sequências que começaram a ser exibidos no capítulo de sábado (21) e se estendem durante esta semana. Na trama, a família de Cunegundes é expulsa da casa de Anastácia (Eliane Giardini) e é obrigada a viver na fazenda.

O que eles não sabem é o banco nomeou como os empregados que ficaram para trás administradores e, a partir de agora, se quiserem ficar, vão ter que seguir as ordens de Zé dos Porcos (Anderson Di Rizzi) e dormir no chiqueiro, junto com a vaca, além de trabalhar. Como assim, trabaiar?, pergunta Cunegudes bufando. Agora é assim: só come quem trabaia, sentencia Josias (Flávio Migliaccio). Para manter a concentração, a atriz Elizabeth Savalla entra no estúdio apenas com o texto e óculos. As cenas são gravadas por cenários e os sets montados são o celeiro e a casa de Lauro (Marcelo Argenta). Neste dia os atores gravaram cenas do capítulo 106 até o 115.

O diretor Jorge Fernando incia o ensaio às 14h30 e dá às indicações para os atores, que precisam lidar com uma porquinha andando pelos bastidores, e com uma galinha no set, que neste dia não estava bem do estômago.

Nem a quantidade cenas — 20 previstas para aquele dia- nem mesmo as repetições exigidas por Fernando da sala de cortes muda o clima no estúdio e a simpatia dos atores. Ary Fontoura, de Curitiba, aproveitou o intervalo para bater um papo com o repórter sobre a cidade e ser um bom cicerrone. Aqui, vale uma curiosidade de bastidor: o diretor artístico Jorge Fernando faz questão de gravar as cenas em estúdios todos os dias. Os trabalhos, que normalmente costumam se estender das 13h às 21h, no entanto, acabam cedo. Neste dia estavam previstos para ir até às 19h. (W.B).


Rápida

Segredo do sucesso

Jorge Fernando, antigo parceiro de Walcyr Carrasco, acredita que o sucesso se deve a dois fatores: esperança e simplicidade, que o público logo reconhece das tramas anteriores dos dois no horário: Chocolate com Pimenta (2003) e Alma Gêmea (2005). Ary Fontoura faz questão de lembrar que o clima nos bastidores é essencial para o sucesso. Se há um bom entrosamento entre os atores, a equipe, como há aqui em Eta Mundo Bom, tudo isso se reflete no ar, acredita o veterano, que trabalha com Elizabeth Savalla desde Gabriela (1975). Para Elizabeth Savalla, o autor Walcyr Carrasco tem uma sensibilidade muito grande. Ele percebeu que o Brasil estava precisando de uma coisa leve. Você assiste o Jornal Nacional hoje, eu não sei como a pessoa consegue dormir. A novela tem essa mensagem otimista, de que tudo que acontece de ruim é para melhorar, e além disso tem os vilões, que são maus mesmos, e os mocinhos, que são bons, acredita a atriz. Cunegudes, por exemplo, é malvada, mas já caiu no chiqueiro, teve reação alérgica e agora vai passar pelo pão que o diabo, ou melhor, que Zé dos Porcos (Anderson Di Rizzi) vai amassar. Tudo isso, acredita Savalla, faz com que o público tenha raiva, mas também se divirta com a personagem, que tem um jeito bem peculiar de dizer seu nome: Cu-ne-gun-des.