SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Decisivo no jogo diante do Coritiba, o volante Renato foi o herói improvável da primeira vitória do Santos no Campeonato Brasileiro. As cãibras que sentiu desde a metade do segundo tempo e o forte calor na Vila Belmiro não impediram que o veterano, sem conseguir correr, aproveitasse cruzamento de Victor Ferraz e cabeceasse no canto do goleiro Wilson nos acréscimos.

Esgotado após o apito final, o meio-campista explicou que só não deixou o gramado porque Dorival Júnior já havia colocado os reservas Paulinho, Ronaldo Mendes e Matheus Nolasco em campo. “Era cãibra na parte posterior da coxa, na panturrilha, no adutor esquerdo. Acabei ficando porque não tinha mais como sair. Fui no sacrifício e consegui fazer o gol”, comemorou ao fim da partida. Aos 37 anos, Renato segue uma vida regrada para prolongar sua carreira. A atenção à alimentação é um dos segredos para a longevidade do meio-campista.

Em sua primeira passagem pelo Santos, ele deixou de consumir hambúrgueres. Há três anos, abriu mão de refrigerante em razão de uma promessa feita ao filho. O problema na coxa esquerda que tanto o incomodou no jogo contra o Coritiba acompanha sua carreira há mais de 15 anos, desde os tempos em que defendia o Guarani. Para minimizar os danos da lesão, Renato recorre a sessões de prevenção no CT Rei Pelé.

“Faço prevenção, principalmente no músculo anterior da coxa esquerda, em que tenho um problema antigo, ainda reflexo dos tempos de Guarani [equipe na qual jogou entre 1996 e 2000]”, contou. Lembrado sempre pela elegância com a bola no pé e pela qualidade no passe, Renato escuta frequentemente de torcedores santistas que “joga de terno”.

A boa fase nos gramados e o prestígio no Santos fazem com que o ídolo alvinegro ainda não estabeleça uma data para encerrar sua trajetória no futebol. Renato tem contrato com o Santos até dezembro de 2017 e explicou que, no ano que vem, deve discutir com a diretoria santista a extensão do vínculo. Segundo ele, seguir o caminho do palmeirense Zé Roberto, na ativa aos 41 anos, “não é impossível”.

“Tenho contrato até dezembro de 2017. No ano que vem, eu vou sentar e conversar. Mas eu falo sempre que, tendo o prazer de treinar, jogar e a ambição de vencer, disputar títulos, eu vou continuar. Não sei se vou chegar até a idade do Zé Roberto. É difícil, mas também não impossível. Depende muito. A cada renovação eu converso com a minha família. Consulto para ver se renovo ou não, se eu paro. Sempre pesa o lado familiar”, revelou ao “Esporte Interativo” há dez dias.