DANILO LAVIERI E GUILHERME PALENZUELA, ENVIADOS ESPECIAIS MANHATTAN BEACH, EUA (UOL/FOLHAPRESS) – A seleção brasileira começou nesta segunda-feira (23), em cidades próximas a Los Angeles (EUA), nos Estados Unidos, a preparação para a Copa América Centenário, que começará para o Brasil em 4 de junho, contra o Equador. Ainda sem poder contar com parte dos convocados, que chegarão nos próximos dias, Dunga precisará usar os primeiros dias na Califórnia para encontrar os substitutos de Neymar como referência técnica e de influência no grupo. O atacante não vai a Copa América por acordo entre a CBF (Confederação Brasileira de Futebol). A seleção queria o atacante para o torneio e também para a Olimpíada, em agosto, mas o clube espanhol só o liberou para uma competição.

Na seleção, Neymar vem sendo protagonista em campo, melhor jogador e capitão da equipe. A liderança de influência, segundo indicado pelo próprio Dunga, deverá ser passada ao zagueiro Miranda, 31. O homem de confiança do treinador foi o capitão em todas as situações em que a seleção não contou com Neymar desde o episódio da Copa América em 2015, no Chile, quando Neymar acabou suspenso e deixou o torneio. Miranda ainda vestiu a braçadeira em amistosos contra Costa Rica e Estados Unidos e também nas eliminatórias para a Copa-2018 contra Chile, Venezuela e Paraguai. A liderança técnica, porém, está aberta.

Há candidatos a assumirem o protagonismo, mas que até aqui sempre foram ofuscados pela qualidade e Neymar e igualmente não conseguiram mostrar grandes desequilíbrios individuais na ausência do craque. Willian, 27, é o principal dos candidatos. Foi titular em todos os jogos desde o fim da última Copa América, esteve presente em todas as convocações de Dunga desde o retorno do técnico à seleção, e vem de boa temporada individual na Inglaterra apesar do fracasso do Chelsea.

Outro candidato é Douglas Costa, do Bayern de Munique, que vem crescendo tanto na Alemanha como sob os olhos de Dunga e tem tudo para começar a Copa América na condição de titular. Além das competências como líder e astro dentro de campo, não ter Neymar representará para a seleção brasileira, também, não ter um grande foco de atenção de mídia, fãs e marketing.

Sem a grande estrela, o Brasil divide atenções e não canaliza tudo em Neymar. Nos dois amistosos disputados recentemente nos EUA, Dunga chegou a falar da importância de ter Kaká no elenco para que dividisse as atenções com jogadores menos experientes. Nesta Copa América, não haverá Kaká.

Dunga, comissão técnica e o primeiro grupo de jogadores chegaram aos Estados Unidos no domingo (22). O lateral Fabinho (Monaco) foi o primeiro a se apresentar, seguido pelo goleiro Ederson (Benfica), os zagueiros Marquinhos (PSG) e Gil (Shandong Luneng), os meias Willian (Chelsea) e Philippe Coutinho (Liverpool) e o atacante Hulk (Zenit). Nesta segunda, a programação espera a chegada de 11 atletas entre o período da manhã e da tarde, quando Dunga fará o primeiro treino. A seleção está alojada em Manhattan Beach, cidade a 24 quilômetros de Los Angeles, e treinará durante este período e preparação no Stubhub Center, instalação do Los Angeles Galaxy –principal clube do país– na localidade de Carson.