BELA MEGALE SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (24) a 30ª fase da Operação Lava Jato, batizada de “Vício”. A ação ocorre nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo e cumpre dois mandados de prisão preventiva, além de nove mandados de condução coercitiva e 28 de busca e apreensão. O ex-ministro José Dirceu e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque voltaram a ser citados na operação. Ambos já foram condenados pela Lava Jato. Na semana passada, Dirceu foi condenado a 23 anos de prisão pelo juiz Sergio Moro pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e organização criminosa pela participação no esquema de contratos superfaturados da construtora Engevix com a Petrobras. Segundo o MPF (Ministério Público Federal), a fase investiga possíveis pagamentos de uma quantia superior a R$ 40 milhões em propina a partir de contratos fraudulentos da Petrobras com fornecedoras de tubo. Três grupos de empresas são investigados por terem utilizado operadores e contratos fictícios de prestação de serviços para repassar, notadamente, à Diretoria de Serviços e Engenharia e Diretoria de Abastecimento da Petrobras. Também estão sendo investigados pagamentos da diretoria internacional da estatal a um executivo da empresa que atuou na aquisição de navios-sonda. Cerca de 50 policiais e dez servidores da Receita Federal participam da operação. A ação ocorre um dia após o ministro do Planejamento, Romero Jucá, pedir licença do cargo depois de a Folha de S.Paulo divulgar gravações em que ele sugere um pacto para deter a Operação Lava Jato. VÍCIO A nova fase da Lava Jato, “Vício”, remete, segundo a PF, “à sistemática repetida e aparentemente dependente prática de corrupção por determinados funcionários da Petrobras e agentes políticos que aparentam não atuar de outra forma senão através de atos lesivos ao Estado”. Nesta etapa são investigados, dentre outros, crimes de corrupção, de organização criminosa e da lavagem de ativos. 29ª FASE Na segunda (23), a PF deflagrou a 29ª fase da Lava Jato, batizada de “Repescagem”. Principal alvo da operação, o ex-funcionário do PP João Claudio Genu foi preso preventivamente em Brasília. Genu foi assessor do deputado José Janene, que morreu em 2010. Genu foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal em novembro de 2012) no escândalo do mensalão do PT por ter sacado R$ 1,1 milhão das empresas do publicitário Marcos Valério. Em 2014, após recurso, Genu foi absolvido do crime de lavagem de dinheiro e teve a pena reduzida. Segundo a PF, foram encontrados elementos que indicam a participação do investigado também com o esquema de corrupção na Petrobras.