GUSTAVO URIBE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O embaixador da Venezuela, Alberto Castelar, não compareceu nesta quarta-feira (25) à cerimônia de entrega de cartas credenciais a representantes estrangeiros no Palácio do Planalto.
Segundo o governo federal, o embaixador estava apto a participar da solenidade e foi convidado pelo Ministério das Relações Exteriores para receber o documento.
Em resposta, contudo, o embaixador informou que não estava no Brasil e que estava doente e, por isso, não poderia comparecer.
O presidente interino Michel Temer entregou nesta quarta (25) cartas credenciais a embaixadores da Croácia, Namíbia, Grécia, Iraque, Paquistão e República Democrática do Congo. A ideia era que a Venezuela também participasse da cerimônia.
O recebimento da carta credencial é uma formalidade que tem como significado o reconhecimento pelo Brasil da legitimidade do embaixador para representar seu país.
Na semana retrasada, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse ter chamado o embaixador à Venezuela, o que foi lido como represália ao que Caracas considera um “golpe de Estado” contra Dilma Rousseff.
Na sequência, no entanto, o governo venezuelano amenizou a situação e avisou ao Brasil que não se tratava de uma represália.
O processo de impeachment da presidente é visto como uma catástrofe para o chavismo, que manteve intensas relações comerciais e políticas com o governo petista.
Durante a cerimônia, Temer enfrentou protesto do lado de fora do Palácio do Planalto de representantes da Fetraf (Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar).
Com bandeiras, eles pediram o “Fora Temer” e criticaram o governo interino. Na segunda-feira (23), a presidente afastada participou de congresso da entidade trabalhista em Brasília.