CAMILA MATTOSO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Acusado de ter desviado dinheiro da base do Corinthians, o conselheiro Manoel Evangelista, conhecido como Mané da Carne, decidiu entrar na Justiça para tentar se defender.
Na ação, ele diz que nada recebeu dos US$ 110 mil que teriam sido desviados e afirma estar vítima de calúnia e difamação.
De acordo com as acusações, Mané da Carne e o ex-gerente das categorias de base, Fabio Barrozo, teriam vendido irregularmente uma carta de representação e parte dos direitos econômicos de um jogador, Alyson Motta.
O empresário que participou do negócio, Niki Apaza, foi cobrar o ressarcimento do valor que investiu, o que levou o caso ao conhecimento da presidência do alvinegro.
Os réus da ação são: o vice-presidente Jorge Kalil, o ex-gerente Fábio Barrozo, Josemar Justino da Costa, e o ex-empresário do atleta em questão, Julio Cesar Polizele.
No processo que está na Justiça, Mané da Carne diz que o episódio causou “profunda crise na seara administrativa” e conta que foi chamado de ladrão.
“O clima ficou muito ruim, ocasionando uma sequência de debates. Numa dessas oportunidades, Jorge Kalil [vice do Corinthians] ofendeu o requerente na presença de outras pessoas, chamando-o de ladrão por diversas vezes, cometendo, em tese, crime contra a honra, o que também se busca averiguar”, consta no processo.
A ação, segundo diz o conselheiro nos documentos, tem o objetivo de tentar esclarecer o ocorrido.
Jorge Kalil disse que não foi citado até o momento. Mané da Carne não atendeu às ligações.
INVESTIGAÇÃO
O Comitê de Ética do Corinthians investiga os acontecimentos para saber o que de fato acontece.
Nesta terça-feira (24), o presidente Roberto de Andrade prestou depoimento. Nesta quarta, Jorge Kalil esteve presente.
OUTRA AÇÃO
Envolvido indiretamente no escândalo, o jogador Alyson José da Motta também entrou na Justiça, acionando o clube para pedir a sua liberação.
Alyson, 16, ingressou com uma ação pedindo indenização por danos morais e a rescisão de seu vínculo com o Corinthians imediatamente, ainda que de forma liminar.
O atleta disse que, depois da divulgação do caso, foi ameaçado de morte por seu ex-empresário.
“Julio [ex-empresário do jogador] passou a ameaçar a vida da vítima e seus familiares, dizendo que se o fizesse realmente iria matar todos”, afirmou o jogador em depoimento à Polícia Civil.
Julio Cesar Polizeli, ex-agente do jogador, foi procurado pela Folha de S.Paulo, mas não foi encontradoaté o final da tarde de hoje.