A delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado vai muito além das conversas gravadas que teve com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) e com o ex-ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR). Segundo informações do jornal O Globo, nos depoimentos dados à Procuradoria-Geral da República o delator teria também falado sobre a arrecadação de dinheiro ilegal para políticos aliados.

De acordo com a publicação, a informação fi conseguida com “uma fonte que acompanha o caso de perto”. O acordo de delação de Machado, inclusive, foi oficializado ontem pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

Ainda não se sabe, porém, se em seus depoimentos Machado falou sobre arrecadação para campanha ou para benefício pessoal de personagens como Sarney, Calheiros e Jucá. Contudo, já se sabe que o ex-senador pelo PSDB deu detalhes sobre as ilegalidades que teve conhecimento no período em que comandou a Transpetro (2003 até o começo do ano passado). Tudo indica que o partido mais afetado pela delação seria o PMDB.

A decisão de Machado por fazer delação premiada teria sido tomada ainda no começo do ano, quando descobriu que o executivo de uma empreiteira apoantou uma conta que ele usava para movimentar dinheiro ilegal. Foi a partir daí que foram feitas as gravações e o recolhimento de provas.