Apresentações em público fazem parte da rotina de profissionais em diferentes cargos, indústrias e campos de atuação, mas nem sempre o resultado é satisfatório – seja para quem ouve ou para quem fala. Para não fazer feio diante de chefes, clientes, equipes e espectadores em geral, a linguista e pesquisadora Vivian Rio Stella, diretora da VRS Cursos (www.vrscursos.com.br), revela os quatro principais erros da comunicação em público e o que fazer para escapar deles. 

 

1. Não planejar adequadamente

Na correria do dia a dia, muitos profissionais elaboram o material – e se preparam – quase aos 44 minutos do segundo tempo. Ou seja, deixam tudo para a última hora,  excedendo na quantidade de dados e comprometendo a performance. Ao não considerar a pertinência das informações em relação ao público-alvo e não treinar a apresentação ao menos uma vez, não dá para verificar se tudo faz sentido e se o tempo será cumprido.

A falta de planejamento pode impactar a imagem de quem se apresenta – seja em relação à sua credibilidade, desenvoltura e conhecimento do tema – e da empresa que representa. É recomendável reservar um tempo na agenda para preparar o script da apresentação e os slides e para treinar o que será abordado, especialmente as informações mais impactantes.

Fazer isso é encarar a comunicação em público como parte integrante da atividade profissional e respeitar as pessoas que estarão presentes.

 

2. Começar de forma pouco confiante

É no momento mais tenso da apresentação que o orador deve soar confiante, crível e preparado –  justamente porque é nessa hora em que podem surgir hesitações (hããn, éé), frases negativas (o assunto é muito técnico, chato, difícil), desculpas irrelevantes (estou nervoso, não me preparei como gostaria) ou até piadas fora de contexto.

Em uma introdução adequada, o profissional deve se apresentar brevemente (caso a plateia não o conheça) e explicitar o objetivo da apresentação (ex.: explicar conceitos; discutir rumos do projeto; esclarecer políticas da área etc), ressaltando a relevância do tema para os ouvintes a fim de ganhar sua atenção para  revelar a agenda de tópicos e o ponto focal do encontro.

 Ao fazer isso, a plateia recebe logo no início uma importante mensagem: o palestrante tem confiança e se preparou para a apresentação.

 

3. Concluir de maneira abrupta

É comum ouvir frases como era só isso, há mais slides mas o tempo acabou ou alguém tem alguma pergunta? como formas de concluir a mensagem, mas a verdade é que essas formulações apenas sinalizam o fim da apresentação.

Um fechamento efetivo requer que o profissional verbalize que irá terminar (exemplos: para encerrar, para concluir, por fim), resuma os três principais tópicos já expostos e reforce a mensagem principal da apresentação.

A partir daí, o profissional pode abrir espaço para perguntas e deixar seu contato. Só assim a plateia poderá lembrar-se, de forma consistente, dos itens mais importantes apresentados.

 

4. Não se aperceber do não verbal

Ombros para baixo, expressão séria demais, voz baixa ou muito alta, falta de ênfase em palavras-chave, excesso de movimentação e gestos extremamente amplos denotam falta de conexão com a mensagem falada e são algumas das principais falhas cometidas por profissionais ao falar em público. São expressões corporais que ocorrem de forma inconsciente, mas a plateia percebe tudo – e, afinal, estar diante do público é como ser escaneado dos pés à cabeça.

É importante que o orador, palestrante ou apresentador desenvolva a autopercepção e a habilidade de usar o corpo a favor da mensagem.

De forma geral, para passar credibilidade, a recomendação é posicionar-se de frente para a plateia, com o corpo reto (evite ombros caídos) e os pés ligeiramente separados (garante o equilíbrio corporal). É fundamental manter o contato visual com a plateia, gesticular na altura da cintura e de forma compatível com o que se fala.

Igualmente importante é movimentar-se de   maneira estratégica, para despertar a atenção da plateia (mas lembre-se de não mexer-se em excesso, com balanços ou movimentos repetitivos).  Vale ressaltar que é imperioso que o emissor da mensagem pareça natural, expressivo, dinâmico e seguro.

 Já os elementos não verbais, devem ser usados para reforçar a mensagem e como forma de refinamento do estilo, e não de robotização, para falar em público.