RONALD LINCOLN JR.
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Após um encontro com o Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, no início da noite desta sexta-feira (27), o secretário de segurança do Estado do Rio, José Mariano Beltrame, defendeu a atuação da Polícia Civil na apuração do caso de estupro coletivo de uma jovem de 16 anos.
Os investigadores já identificaram quatro suspeitos de terem participado do ato ou da divulgação do estupro em redes sociais, mas nenhum deles foi detido.
“Há um delegado à frente da investigação. Se ele não fez [o pedido de prisão], pode ter certeza que é porque não conseguiu reunir elementos suficientes para que isso fosse feito. Algum ingrediente, algum pequeno detalhe faltou e fatalmente será complementado”, afirmou o secretário em entrevista, ao lado do ministro.
Uma reunião entre Moraes e Beltrame, para discutir segurança pública no Rio durante a Olimpíada, já havia sido marcada para a próxima segunda-feira (30), mas após o caso de estupro, o ministro decidiu antecipar sua vinda à cidade.
Beltrame admitiu a possibilidade de os homens identificados fugirem, uma vez que não houve o pedido de prisão preventiva. “Existe [a chance de fuga], não tenha dúvida. Mas, para que a gente peça a prisão preventiva, ela tem que ser muito bem fundamentada.”
Questionado se a polícia já havia encontrado uma versão definitiva sobre o ocorrido, Beltrame considerou que o importante era buscar os responsáveis.
“Seja um ou 30, essa adolescente é vítima e assim deve ser tratada. Essas pessoas serão identificadas e presas, seja quem postou, seja quem praticou o ato. Vamos levar isso às últimas consequências.”
Segundo Beltrame, uma operação policial ocorre na noite desta sexta-feira no bairro da Praça Seca, no local em que a menina foi encontrada logo após o crime. Ele, porém, não quis divulgar detalhes da operação.
Beltrame informou ainda que a secretaria ofereceu proteção à família da menina na manhã desta sexta, mas contou que ainda não havia recebido uma resposta.
O Ministro da Justiça considerou o crime como uma “bestialidade” e pôs a Polícia Federal à disposição do Estado para cooperar com as investigações. Beltrame considerou porém que não será necessário.
“A pedido do presidente Michel Temer, conversei logo pela manhã com o secretário Beltrame para oferecer apoio. Conversamos sobre as questões da investigação, coloquei a Polícia Federal à disposição. Mas claramente a Polícia Civil do Estado tem totais condições de desvendar esse crime hediondo”, disse Moraes.
O ministro também declarou que na próxima terça-feira (31) vai propor um programa nacional para combater a violência contra a mulher, durante um encontro com secretários de segurança de todos os estados do Brasil.
“Vamos fixar uma agenda coordenada de combate à criminalidade, focando em dois pontos: homicídios e a violência contra a mulher. Na terça, vamos anunciar a formatação de um departamento dentro da Polícia Federal para combater a violência contra a mulher.”