NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) vai analisar os procedimentos adotados pela Polícia Civil na investigação do estupro coletivo da adolescente de 16 anos ocorrido no último sábado (21).
O MPRJ foi provocado pela advogada da adolescente, Eloísa Samy, que pede o afastamento do delegado Alessandro Thiers, títular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DCRI) e responsável pelo caso.
De acordo com os procuradores Márcio Mothé, coordenador de Direitos Humanos do MPRJ, e Lúcia Iloízio, coordenadora de Violência Doméstica contra a Mulher, a procuradoria vai pedir informações sobre os procedimentos adotados pela polícia.
“Estupro é um crime muito grave e merece punição exemplar”, disse Mothé. Um dos questionamentos é o fato de a vítima não ter sido atendida pelo Centro de Atendimento à Criança e ao Adolescente (CAAC), órgão responsável pelo registro de ocorrências com menores.
Os procuradores frisaram, porém, que ainda é cedo para conclusões sobre o caso.
A advogada da adolescente defendeu que as investigações sejam transferidas para uma delegada, alegando que a medida poderia evitar constrangimentos à vítima.
“O que mais me incomodou foi o machismo e a misoginia com que o delegado está tratando o caso, colocando o estupro como crime menor”, disse.
Ela defendeu a prisão em flagrante das pessoas já identificadas por divulgar e compartilhar as imagens na internet.