DASSLER MARQUES
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Ninguém foi tão beneficiado com as mudanças recentes no Corinthians como Guilherme. Nas últimas três partidas, o meia-atacante voltou à posição onde normalmente atua após meses sem conseguir se adaptar completamente à função que pertencia a Renato Augusto. Guilherme mostrou serviço e ajudou Tite a virar a página. Após duas eliminações e um mês sem vitórias, o Corinthians está no G-4 do Brasileirão e teve duas vitórias seguidas.
Guilherme deixou clara novamente a eficácia dessa mudança contra o Sport, no domingo. Entre a intermediária ofensiva e a área adversária, centralizado, ele distribuiu bons passes e colocou os companheiros em pelo menos três condições de finalizar nos dois tempos do jogo, vencido por 2 a 0. A última dessas assistências virou um golaço de Marquinhos Gabriel, outro protagonista da mudança de equipe.
Na última quinta, mesmo em atuação discreta diante da Ponte Preta, Guilherme havia deixado sua marca com um bonito gol de fora da área que complementou a vitória por 3 a 0. Foi o terceiro gol na temporada, mas o primeiro marcado desde que o espaço do campo ocupado por ele passou a ser outro. Hoje, o time praticamente se defende com oito jogadores, e deixa ele mais livre perto de Luciano.
Inicialmente, a comissão técnica se espelhava na mudança de postura que havia conseguido de alguns atletas do ano anterior, caso por exemplo de Jadson. Meia de armação durante toda a carreira, ele perdeu peso, ganhou dinâmica e se tornou um jogador de beirada do campo no time campeão brasileiro. A ideia era que Guilherme alcançasse um resultado parecido, mas em outra região do campo.
Na eliminação para o Audax-SP no Paulista, Tite chegou à conclusão de que não seria mais possível tentar essa mudança. Por mais que Guilherme tenha se doado e contribuído nos primeiros meses, o preço a se pagar por isso foi a ausência em campo nos jogos contra o Nacional-URU na Copa Libertadores. “Eu cheguei depois desses dois jogos em casa muito triste, acima de tudo pela desclassificação, mas também porque eu sei que tenho potencial e podia ter um dedinho ali”, conta o meia, que assistiu às partidas do banco de reservas.