EULINA OLIVEIRA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar fechou em baixa ante o real e o Ibovespa teve leve queda nesta segunda-feira (30). O pregão foi marcado pelo baixo volume de negócios, por causa dos feriados nos EUA e no Reino Unido, que reduziram a liquidez e deixaram os demais mercados financeiros globais sem referência. No mercado doméstico, os investidores mantiveram a cautela em relação ao cenário político. Um dos pontos de incerteza são os desdobramentos das gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sergio Machado que comprometem a cúpula do PMDB e integrantes do governo. Na Bovespa, o volume negociado foi de apenas R$ 2,127 bilhões. O giro corresponde a cerca da metade do volume de sexta-feira (27), que já foi mais baixo por causa do feriado de Corpus Christi no Brasil. Neste ano, o volume médio negociado na Bolsa é de R$ 7,189 bilhões. “Além disso, os receios quanto à capacidade do governo Temer de aprovar as medidas necessárias no atual momento são crescentes”, afirma a equipe de análise da Lerosa Investimentos, em relatório. CÂMBIO E JUROS No mercado de câmbio, o dólar caiu ante o real, em um movimento influenciado pela proximidade da formação da Ptax nesta terça-feira (31). A moeda brasileira também foi impulsionada pela alta do petróleo no mercado internacional, embora o mesmo não tenha ocorrido com a maior parte das moedas de países emergentes. A Ptax é a taxa calculada pelo Banco Central que serve de referência para diversos contratos cambiais. Operadores tentam influenciar as cotações da Ptax para torná-las mais favoráveis a suas posições no final do mês. “Na ausência de outros motivos, e com os mercados à deriva com o feriado nos EUA, o dólar recuou”, comenta Marcos Trabbold, operador de câmbio da corretora B&T. O dólar comercial, usado em contratos de comércio exterior, perdeu 0,85%, a R$ 3,5790. A moeda americana à vista, referência no mercado financeiro, fechou em baixa de 0,32%, a R$ 3,5951. O mercado de juros futuros devolveu parte das recentes altas. O contrato de DI para janeiro de 2017 caiu de 13,685% para 13,635%. O contrato de DI para janeiro de 2021 recuou de 12,910% para 12,740%. O CDS (credit default swap) do país, espécie de seguro contra calote e indicador da percepção de risco, subiu 0,11%, aos 350,876 pontos. BOLSA O Ibovespa encerrou a sessão em baixa de 0,18%, aos 48.964,34 pontos. Além da baixa liquidez, o índice foi influenciado nesta sessão pelos ajustes das carteiras de investidores para a virada do mês. As ações da Petrobras subiram 1,82%, a R$ 8,38 (PN) e 0,85%, a R$ 10,58 (ON), ajudadas pela alta do petróleo. Os papéis PNA da Vale fecharam em queda de 0,17%, a R$ 11,37, e os ON caíram 0,06%, a R$ 14,28. No setor financeiro, Itaú Unibanco PN perdeu 0,03%; Bradesco PN, -0,29%; Banco do Brasil ON, +1,73%; Santander unit, -0,39%; BM&FBovespa ON, -1,17%. EXTERIOR A Bolsa de Nova York não abriu nesta sessão por causa do feriado do Memorial Day. Na Europa -com exceção de Londres, que não funcionou em razão do feriado bancário de primavera- as principais Bolsas subiram. Na Ásia, a maior parte dos índices terminou a segunda-feira no campo positivo. O petróleo passou a subir após o vice-ministro do Petróleo do Iraque, Fayyad Al-Nima ter afirmado que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) discutirá no encontro marcado para esta quinta-feira (2) um possível congelamento da produção. O petróleo Brent para entrega em julho, negociado no mercado futuro em Londres, terminou em alta 0,89%, a US$ 49,76 o barril; o WTI, negociado no mercado futuro em Nova York, subiu 0,55%, a US$ 49,60.