O governador Beto Richa confirmou o repasse mensal de R$ 340 mil para o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, de Curitiba. Serão mais de R$ 4 milhões ao ano. Richa visitou o hospital nesta terça-feira (31) e afirmou que os recursos de custeio, que são do programa HospSUS do Governo do Estado, começarão a ser repassados na primeira quinzena de junho.

O objetivo, de acordo com o governador, é auxiliar na manutenção das atividades do hospital, referência estadual em diversas áreas do Sistema Único de Saúde (SUS). Diante das dificuldades na área da saúde pública do Brasil, pela falta de repasses federais e defasagem da tabela do SUS, inserimos o HC no programa HospSUS, que destina recursos de custeio para hospitais públicos e filantrópicos do Estado, explicou Richa.

Embora seja uma instituição federal, nos sensibilizamos com as dificuldades deste hospital, que é referência para o Paraná e para outras partes do País. É gratificante poder dar esta contribuição a um hospital que já salvou milhares de vidas, disse o governador. Nós só temos condições de apoiar o HC porque o Estado se preparou para enfrentar a crise nacional. Nosso esforço, planejamento e o ajuste fiscal que promovemos permitem que tenhamos recursos para isso, completou Richa.

Acompanhado do reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, dos secretários da Saúde, Michele Caputo Neto, e da Família e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa, o governador fez uma visita a algumas à ala de transplante de medula óssea e nas clínicas pediátrica e cirúrgica do Hospital de Clínicas.

11 MIL PACIENTES

Cerca de 11 mil pacientes são atendidos diariamente pelo HC. Atualmente, o local é referência para o atendimento de urgência e emergência, recebendo vítimas de acidentes de trânsito, violência e outros traumas. Além disso, o hospital integra a Rede Mãe Paranaense, com a assistência integral a gestações de alto risco.

O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, explicou que o governo estadual já mantém uma parceria, por meio do HospSUS, com a maternidade Victor Ferreira do Amaral, que faz parte do complexo do Hospital de Clínicas. A parceria com a UFPR é antiga. O que celebramos hoje, após um pedido da direção do hospital, é a inclusão do Hospital de Clínicas no HospSUS, que é um programa voltado para os hospitais estaduais. E não vamos parar por aqui. Estamos trabalhando em outras parcerias entre o Estado e o HC, afirmou Caputo Neto.

Para o secretário, a inclusão do HC no HospSUS permite que o Estado invista ainda mais no fortalecimento da estrutura da unidade. É muito importante que este hospital tenha todas as condições de fazer aquilo que a população paranaense ou de outras partes do Brasil precisa, destacou.

MEDICAMENTOS

Caputo Neto ressaltou que, além dos recursos de custeio, o Governo do Estado também pode contribuir com a aquisição de equipamentos e de suprimentos para o hospital.

A Secretaria da Saúde já enviou, no dia 11 de maio, um lote com 27 tipos de medicamentos e uma série de materiais médicos-hospitalares para suprir uma necessidade emergencial da unidade. O investimento foi de R$ 94 mil.

Entre os itens estavam sondas, bisturis, termômetros, ataduras, cateteres, agulhas, talas, drenos, seringas, luvas cirúrgicas, compressas e outros materiais básicos que serão distribuídos para diversos setores do hospital.

UFPR

O reitor da Universidade Federal do Paraná, Zaki Akel Sobrinho, elogiou o apoio do governo estadual para garantir o atendimento no Hospital de Clínicas. É muito importante o Governo do Estado ter essa sensibilidade de repassar não apenas R$ 343 mil por mês, mas também garantir recursos para insumos e equipamentos, disse Akel. Hoje o grande problema do hospital é desabastecimento. Vamos empregar integralmente este montante no reabastecimento de nosso hospital para não suspendermos o atendimento da população, afirmou o reitor.

Zaki Akel explicou que a situação do hospital é bastante complexa porque não recebe recursos suficientes do Ministério da Educação. De acordo com ele, o HC tem uma dívida de cerca de R$ 10 milhões com fornecedores – um déficit mensal de quase R$ 2 milhões por mês. Precisamos de uma solução completa. Por isso estamos renegociando os contratos com a Prefeitura de Curitiba e vamos atrás do Ministério da Educação para ampliar o financiamento do hospital e tentar deixá-lo superavitário até o final do ano, afirmou.

O superintendente do Complexo do HC, Flávio Tomasich, disse que o convênio com o Estado vai permitir a reestruturação do hospital. A Secretaria de Estado da Saúde é parceira há um longo tempo e tem nos auxiliado neste momento de crise com o aporte de medicamentos e insumos, afirmou.