MARIANA HAUBERT
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Após a confirmação do nome de Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) para a liderança do governo no Senado, o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), afirmou que o convite aproxima o partido do governo de Michel Temer e cobrou que a nova gestão acelere a aprovação de medidas para a recuperação da economia.
“O PSDB aceitou essa convocação com o primeiro objetivo de aproximar o governo Michel Temer da agenda proposta pelo PSDB que fala da renovação dos métodos de se fazer política no país, fala por reformas estruturantes extremamente profundas, passa pela reforma política inclusive”, disse Aécio.
O tucano reconheceu que a tarefa de seu colega não será fácil no Senado em um ano de crise. “Não esperamos facilidades. Não estamos aqui recebendo uma homenagem. […] Não esperamos aplausos fáceis. Vamos pelo caminho difícil, mas único, o caminho do enfrentamento, o caminho da imposição de uma agenda absolutamente inadiável para retirar o Brasil da crise”, disse.
Aécio informou que esteve com Temer na tarde desta segunda (30) quando o presidente lhe informou sobre a escolha de Aloysio. No encontro, em que também estava presente o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o senador destacou a necessidade de se aprovar prioritariamente os projetos que alteram a governança das estatais e dos fundos de pensão. Eles já foram votados pelo Senado e dependem de análise da Câmara.
“O PSDB sabe da dimensão desse desafio que não será simples, mas com a mesma responsabilidade com que nos conduzimos até aqui, com que votamos pelo impeachment da presidente da República a partir de crimes por ela cometidos”, disse.
De acordo com Aloysio, ele fará um levantamento sobre todas as medidas que estão em tramitação na Casa para avaliar quais ganharão atenção especial. Ele também afirmou que buscará diálogo com a oposição. Ele inclusive deu respaldo a uma decisão tomada pela Comissão de Assuntos Econômicos nesta terça que, sem acordo unânime, adiou para a próxima semana a sabatina do indicado para a presidência do Banco Central, Ilan Goldfajn.
Com isso, ele não poderá participar da primeira reunião do Copom, que acontecerá na terça (7) e quarta (8). Segundo o tucano, a oposição exigiu apenas o cumprimento do regimento.
Tido como um senador duro no embate político e, às vezes, até explosivo, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) terá, pelos próximos meses, a missão de fazer avançar no Senado as medidas austeras propostas por Temer para a recuperação da economia.
O sucesso de seu trabalho será um dos ingredientes no convencimento de parte dos senadores a manterem Temer definitivamente no comando do país.