CAMILA MATTOSO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma investigação realizada pela corregedoria do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) sobre o procurador-geral Paulo Schmitt foi arquivada nesta quarta-feira (8). O processo havia sido aberto para apurar se havia interferência da CBF em cima do órgão, com Schmitt como interlocutor.

O pedido de abertura do inquérito interno aconteceu depois de uma reportagem da ESPN revelar troca de e-mails entre diretores da entidade com o procurador. A solicitação de investigação foi feita pelo auditor Washington Rodrigues, que solicitou à corregedoria do tribunal apuração de uso indevido do cargo, falta de independência, parcialidade e obtenção de vantagens pessoais.

Rodrigues é o auditor que foi alvo de conversas entre Schmitt, Marco Polo Del Nero (presidente da CBF) e Carlos Eugênio Lopes (diretor-jurídico da confederação) por não ter condenado o Atlético-MG após protesto de torcedores do clube contra a CBF, em jogo contra o Fluminense, pelo Campeonato Brasileiro de 2012.

“Ouvimos todas as partes, mas não foram apresentadas provas. Tanto Washington quanto Schmitt negaram que havia interferência. Sem provas, não temos como tomar nenhuma decisão diferente. O procedimento disciplinar foi arquivado”, afirmou Ronaldo Piacente, corregedor e vice-presidente do STJD.

 

CONTEÚDO

A conversa por e-mails, parte do material apreendido pela Polícia Federal e enviado para a CPI do Futebol no Senado, inicia com um pedido da CBF para que Schmitt tome providências sobre o protesto. O procurador confirma que fará a denúncia. Entretanto, o julgamento absolve o Atlético-MG, mesmo após Schmitt alertar Rodrigues sobre a posição da confederação.

Nas conversas seguintes, sob a iniciativa de Schmitt, o grupo passou a traçar estratégias para condenar o clube no Pleno, a segunda instância do STJD. No Pleno, a absolvição foi anulada e o Atlético-MG acabou punido com multa de R$ 10 mil. Por fim, o procurador, Del Nero e Lopes discutem planos para “anular” a indicação de Rodrigues ao STJD.