Amar faz bem para a saúde? É possível morrer por amor? Todos os anos, no começo do mês de junho as alegrias e tristezas que envolvem os relacionamentos amorosos passam a fazer parte do cotidiano. O que muitos não sabem é que amor afeta, de fato, a saúde do coração.

O cirurgião cardiovascular Edmo Atique Gabriel explica que a relação entre as emoções e o coração têm base científica, pois o órgão possui um grande número de fibras nervosas das estruturas cerebrais, criando uma ligação estreita. Sendo assim, o coração sofre com as emoções, tanto as provenientes dos eventos positivos quanto negativos que acontecem em nossas vidas.

A importância das emoções e relações para o bem-estar foi comprovada por um estudo realizado pelo Departamento de Saúde da Universidade de York, no Reino Unido, e publicado na revista Heart. Nele constatou-se que pessoas solitárias têm 30% mais chances de desenvolver doenças coronárias e acidente vascular cerebral (AVC).

Para os estudiosos a solidão oferece o mesmo impacto para o coração do que o estresse e a ansiedade. Além disso, eles notaram que as pessoas com ausência de relações afetivas, costumam ser mais depressivas, estressadas e possuem um estilo de vida menos saudável. Normalmente, não cuidam da alimentação, fumam, consomem bebidas alcoólicas e não praticam atividades físicas.

“É preciso levar em consideração a situação pessoal em que o indivíduo se encontra em um processo clínico. Se é uma pessoa sozinha ou se tem um companheiro, se o relacionamento amoroso é harmônico ou não. O estado emocional em que se vive afeta diretamente a saúde”, explica o cirurgião vascular Edmo Atique Gabriel.

Um estudo divulgado em abril de 2016, realizado por uma universidade dinamarquesa com quase um milhão de pessoas constatou que a morte do companheiro aumenta em 41% o risco de uma arritmia — batimento acelarado do coração.

Cinco atitudes que ajudam a proteger o coração

1. Não perca o sono
Brigas, desentendimentos, separações. São muitas as possíveis reviravoltas na vida amorosa. Mas, a despeito delas, é preciso cuidar da qualidade do sono. Não deixe que o sentimento de solidão e abandono altere o padrão de sono, pois ele é fundamental para a manutenção da saúde.

2. Desabafe ou Faça terapia
Como nem sempre é possível blindar o organismo de situações extremas, uma boa opção para canalizar o estresse são sessões de terapia. O acompanhamento psicológico pode ser fundamental na melhora do paciente, principalmente se a Síndrome do Coração Partido tiver acontecido por conta da perda de um ente querido. Uma boa conversa ou desabafo com alguém de confiança também pode ser uma ótima opção.

3. Não compense na comida
Mantenha uma alimentação equilibrada. Procurar conforto em doces ou alimentos gordurosos pode trazer uma satisfação momentânea, mas a longo prazo só irá piorar sua situação. Além de obstruir as artérias, este tipo de alimento engorda, portanto não contribui nem para a saúde, nem para a autoestima.

4. Cultive pensamentos positivos
Diversas áreas da medicina e da psicologia já comprovaram o poder e os benefícios do pensamento positivo. Lembre-se que você não é o que te acontece, mas o que escolhe fazer com isso. Uma mudança de atitude psicológica colabora para a recuperação da saúde.

5. Mantenha a mente ocupada
Faça atividades físicas, desenvolva hobbies e procure ter atividades de lazer. Uma pessoa ativa é mais saudável no corpo e na mente.