MARTHA ALVES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A família de Waldik Gabriel Chagas, 12, chegou por volta das 2h desta segunda-feira (27) ao IML (Instituto Médico Legal) para fazer os procedimentos de liberação do corpo do adolescente. Ele foi morto por um guarda civil metropolitano, na noite do último sábado (25).
Acompanhada do marido e de dois filhos, a ajudante de cozinha Orlanda Correia Silva, 47, disse que precisou recorrer a amigos que perderam parentes para entender como funciona todo o processo de sepultamento.
“Me sinto perdida, nunca enterrei ninguém, nunca fui ao velório de familiares”, disse Orlanda, emocionada, no estacionamento do IML no Artur Alvim, zona leste.
Após meia hora no local, a ajudante de cozinha saiu em busca de uma agência funerária da prefeitura com atendimento 24 horas. O velório e o sepultamento do adolescente serão pagos por um amigo da família, que não tem condições de arcar com os custos.
O único pedido da mãe foi o de tentar estender ao máximo o tempo de velório de Waldik.
Enquanto esperavam a chegada do amigo, mãe e filha mostravam para a reportagem as fotos do adolescente.
“Meu bebê, ajudei a cuidar dele”, disse a irmã Aline Lima, 27, segurando as lágrimas. Outro irmão do adolescente, que não quis ser identificado por medo, quase não conseguia falar do irmão sem chorar.
Por volta das 6h, a família ainda esperava no IML a chegada do carro funerário para levar o corpo do adolescente ao cemitério. O velório de Waldik está programado para começar às 9h45 desta segunda e o enterro às 16h, ambos no cemitério Vila Formosa.