SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), de centro-esquerda, rejeitou a proposta do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, de formar uma “grande coalizão” com o conservador PP (Partido Popular).
Vencedor das eleições no domingo (26), o PP conquistou 137 assentos, mas não conseguiu chegar aos 176 necessários para ter maioria no Parlamento -o que havia conseguido nas eleições de 2011. O PSOE ficou em segundo lugar, obtendo 85 cadeiras.
O porta-voz do PSOE Antonio Hernando disse que seu partido “não vai apoiar e nem se abster” num eventual voto de confiança sobre Rajoy.
“Se o Rajoy quer conversar, que o faça com quem tem afinidade ideológica”, afirmou Hernando, colocando como exemplo, inclusive, a “direita nacionalista”.
Mais cedo, Rajoy havia afirmado que a preferência para formar a coalizão de governo era o PSOE. “Não vamos abdicar da responsabilidade de governar e eu não vou renunciar ao governo, mas gostaria de governar com apoio suficiente”, disse o premiê.
O PP já havia vencido as eleições de dezembro, mas, tendo conseguido 123 assentos na época, fracassou em conseguir formar um governo durante dois meses -o que levou à convocação de novas eleições.
Com a recusa do PSOE e uma resistência aparentemente ainda maior do terceiro lugar -a coalizão de esquerda Unidos Podemos, que conquistou 71 cadeiras- há o risco de que o impasse se repita na formação do novo governo.
O partido Cidadãos, que estreou nas eleições de dezembro e obteve 32 assentos no domingo, também já disse que não apoiará um governo liderado por Rajoy.
Apenas após dois meses do início das negociações é que uma terceira eleição poderia ser convocada -o que, para especialistas, seria a pior solução.