L’Italia è come um carciofio. Bisogna mangiare uma foglia dopo l’altra – ( a Itália é como uma alcachofra. É preciso comer uma folha depois da outra). Quem viaja para a terra de Michelangelo, dificilmente vai deixar de fazer um roteiro específico, já levando de casa a lista das especialidades de cada região e os melhores endereços para aproveitar a boa mesa do país.

Muito mais do que pizzas e massas, a culinária italiana vai depender da região de que é originária, do Piemonte à Calábria, passando pela Toscana. Romagna é conhecida pelas massas caseiras, como o cappelletti e o tagliatelle, que é chamado em outras regiões de fettuccine, como no Lázio. Na Emília, em Parma, os presuntos é que fazem a fama. Roma destaca a pizza branca, Nápoles o espaguete com gamberoni e Veneza, o famoso carpaccio. Os risotos fazem parte da culinária do Piemonte, e no Vale D’Aosta já aparece um toque francês, pela proximidade dos Alpes suíços.

Os italianos que deixaram a Itália pelo Brasil, continuaram a cultivar suas receitas tradicionais e seus temperos imbatíveis, o que melhorou em muito a culinária nacional. Em Emilia Romagna, terra das massas caseiras, onde as mulheres prepraram tagliatelli, cappelletti, tortelloni e lasanha em quarenta tipos de massas caseiras, feitas artesanalmente.

Emília compreende as províncias de Piacenza, Parma, Modena e Bolonha. Já Romagna compreende as províncias de Forli, próxima a Predappio, Ravenna e Ferrara. Os restaurantes da região se tornaram famosos com o talento e as receitas tradicionais das mulheres que preparam as massas. A cada 30 quilômetros, quando começa outra província, surgem novas especialidades regionais. A cozinha de Emília é mais sofisticada que a de Romagna, com salames, embutidos, queijo parmesão, presuntos e ótimos vinhos, destacando o espumante Lambrusco.

E o que o turista deve provar na Emília Romagna desde o tagliatelle al funghi porcini, a grigliata di crostaci (pitu, camarão, lagosta, lula grelhados, prato típico de Forli. Para quem aprecia miúdos, faz sucesso o fígado de vitela temperado com cebola e manteiga e o tortelloni com espinafre e ricota. No centro e no norte da Itália a carne é muito usada, junto com massas recheadas. O molho ragu, à base de carne e extrato de tomate, aparece complementando várias massas. No Brasil é conhecido como molho à bolonhesa.

É bom conhecer alguns hábitos alimentares dos romagnolos: como esperar o jantar molhando um pedaço de pão no vinho. Os melhores vinhos artesanais produzidos na Romagna são o Albana Bianco, Trebbiano Bianco e Sangiousse (tinto).

Viajar pode ter muitas motivações. Uma delas é a boa mesa junto de uma bela paisagem
Sem dúvida, é a viagem pela Itália e seus múltiplos sabores, a mais gratificante
Amalfi, na Costa Amalfitana, um destaque no turismo e na boa mesa italiana
Além das paisagens, da história, da arquitetura, a Itália é o melhor destino para comer e beber bem

Quem viajar pelo Piemonte, de Turim, passando por Milão na Lombardia e pela Toscana, vai acabar chegando na Liguria, ou em Nápoles na Campania. Terá uma vasta experiência gastronômica, do Norte ao Sul da Itália.

No Piemonte os cogumelos são muito usados com as massas e dão um toque especial ao arroz, os famosos risotos. No Vêneto, Trentino e Friuli a preferência é pelo polenta. A culinária napolitana é feita com muitos peixes e frutos do mar. No norte da Itália são fabricados mais vinhos tintos como no Piemonte, onde o barbaresco faz sucesso. O chianti é especialidade da Toscana e o valpolicella é do Vêneto. O sul do País é responsável pelos melhores vinhos encorpados, como o Corvo di Salaparuta, da Sicília.

Nápoles, na Campania, é a pátria do espaguete, da pizza, do melhor molho de tomates e de muitos peixes e frutos do mar. Quem vai a Nápoles tem que provar a acciuga, um peixe que parece com a nossa manjubinha, que fica temperando no azeite de oliva e passa a ser chamado de aliche . Em um menu tipicamente napolitano não pode faltar o peixe al guazetto, com molho de tomates, caldo de peixe e muita água. E o espaguete alle vesuviano, com vários frutos do mar, vai valer a viagem.

O Vesúvio, vulcão que domina a paisagem, é responsável, entre outras coisas, por delícias enogastronômicas. O vinho Greco di Tufo, feito com uvas plantadas em solo vulcânico, garantem que é dos melhores. Outro vinho famoso é o Epomeo D’Ischia, fabricado em uma ilha próxima a Nápoles. A produção é pequena, o vinho costuma ser consumido todo em Nápoles.

Campania tem produtos saborosos e famosos. A mozarela de búfala mais apreciada na Itália e é produzida em Cardito, perto de Nápoles. Pizzas e massas simples, como o espaguete, surgiram na região ao sul do país, quando a população tinha menor poder aquisitivo. Hoje os espaguetes são temperados com frutos do mar.

O reido mar de Nápoles é o vongole, o verace, que se distingue do outro por ter duas antenas e um sabor mais forte. As maneiras de preparar as receitas, ensina um napolitano, seguem regras básicas: tempero com azeite de oliva, dentes de alho, tomate bem maduro em pedaços e manjericão fresco. E o espaguete, é claro, deve ser cozido ao dente. Pizzas, massas com peixes e frutos do mar, grelhados, em conserva ou al cartoccio ( no pacote) aparecem sempre na mesa dos melhores restaurantes da cidade. É viajar. E aproveitar.