O ex-tesoureiro do PT condenado no mensalão Delúbio Soares e o pecuarista José Carlos Bumlai, ambos réus na Lava Jato, ficam frente a frente ontem, diante do juiz Sérgio Moro, em Curitiba. Personagens do polêmico empréstimo de R$ 12 milhões do Banco Schahin ao PT por intermédio de Bumlai, os dois vão fazer uma acareação nesta tarde para esclarecer o episódio que já rendeu duas ações penais na Lava Jato.
A operação de crédito do banco com Bumlai foi realizada em outubro de 2004, e contou, segundo o MPF, com a participação de Delúbio e João Vaccari Neto, que também era tesoureiro do PT. Os executivos do banco que fizeram delação e próprio pecuarista admitiram que o valor de R$ 12 milhões era destinado ao PT.
O valor nunca chegou a ser quitado e, segundo a Lava Jato, teria sido compensado por meio da contratação da Schahin, pertencente ao mesmo grupo empresarial do banco, pela Petrobras para operar o navio-sonda Vitória 10.000, em 2009.
A transação financeira já deu origem a uma ação penal contra Bumlai, os executivos do banco, Vaccari e ex-executivos da Petrobras. Além disso, os investigadores descobriram que parte do empréstimo, o total de R$ 6 milhões, teria sido destinado ao empresário de Santo André Ronan Maria Pinto, que teria recebido essa quantia a partir de um complexo esquema de transações financeiras utilizando intermediários para adquirir o jornal Diário do Grande ABC.