ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) – A má notícia é que o PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos desacelerou no primeiro trimestre de 2016. A boa é que a queda foi menor do que se esperava. O PIB cresceu a uma taxa anualizada de 1,1%, ante 0,8% da projeção anterior, segundo o Departamento de Comércio norte-americano. Economistas esperavam uma expansão de 1%. O desempenho econômico melhorou com ajuda das exportações de bens e serviços, segmento que se saiu melhor do que o previsto. As companhias americanas também gastaram mais com software, pesquisa e desenvolvimento. Mas as famílias americanas estão gastando menos. O consumo interno, responsável por quase 70% da economia norte-americana, foi revisado para baixo, de 1,9% calculados em abril para 1,5%. Os gastos com serviço e recreação diminuíram, enquanto a poupança ganhou força: US$ 796,7 bilhões, contra US$ 782,6 bilhões previstos anteriormente. O órgão divulgou nesta terça-feira (28) a terceira e última revisão do PIB local no primeiro trimestre do ano. O governo dos EUA costuma parcelar em três fases a divulgação do PIB trimestral. As duas primeiras, anunciadas em abril e maio, registraram expansão de 0,5% e 0,8%, respectivamente. Os valores são reajustados na medida em que técnicos recebem mais dados para calcular a desenvoltura econômica do país. Um PIB mais anêmico é comum na trinca inicial de meses -a tendência é subir ao longo do ano. Os lucros corporativos, também divulgados na terça, deram um salto de US$ 34,7 bilhões. Eles haviam encolhido US$ 159,6 bilhões no último trimestre de 2015. Ainda é incerta, contudo, a reação da economia americana após uma semana de turbulência financeira, com o Brexit (decisão do Reino Unido de se retirar da União Europeia ) derrubando Bolsas mundo afora. As expectativas para o segundo trimestre são melhores. A presidente do Fed (banco central americano), Janet Yellen, afirmou em depoimento no Congresso, na semana passada, que haveria um “notável avanço” no número. Segundo o “Wall Street Journal”, economistas preveem melhora no desempenho econômico com famílias gastando mais nos próximos meses, e vendas mais robustas de carros e casas. Antes do plebiscito britânico, o Fed anunciou que seguraria mais uma vez o aumento da taxa básica de juros. Yellen explicou que preferia esperar por sinais mais robustos de que a economia doméstica estava em plena forma. Assustou o relatório do Departamento do Trabalho, divulgado no começo do mês, sobre a adição de 38 mil postos em maio, a taxa mais baixa em cinco anos.