SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em contraste com discursos recentes sobre o futuro do Reino Unido na União Europeia, o presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker não falou em inglês, nesta terça-feira (28). O discurso oficial de Juncker aos legisladores da UE foi feito apenas em francês e alemão.

Antes, Juncker usava frequentemente o idioma inglês. Não está claro, no entanto, se o movimento foi uma mensagem política de Juncker ou um ato de precaução devido às críticas que recebeu por cometer erros ao usar o inglês no passado.

A principal língua de trabalho das instituições da UE, pode já não ser a língua oficial do bloco, uma vez que o Reino Unido deixou o bloco, disse um legislador sênior da UE na segunda-feira (27). A simbólica medida iria reduzir ainda mais a influência de Londres no continente. Cada Estado membro tem o direito de nomear um idioma da UE. Embora o inglês seja a língua mais falada na Europa, e a língua oficial em três Estados-Membros, apenas o Reino Unido a escolheu como idioma oficial.

A Irlanda escolheu o gaélica e Malta o maltês. “Inglês é a nossa língua oficial porque foi notificado pelo Reino Unido. Se não temos o Reino Unido, não temos o porque ter o inglês”, disse Danuta Hubner, presidente da Comissão dos Assuntos Constitucionais do Parlamento Europeu, em entrevista coletiva sobre as consequências da saída do governo britânico da União Europeia. Hubner disse que o inglês pode continuar a ser a língua de trabalho, mesmo que não seja a oficial. Mas, acrescentou que, para mantê-lo como uma das línguas oficiais, deverá ocorrer um acordo entre todos os Estados membros.

O francês era a língua dominante nas instituições da UE até à década de 1990. Com a chegada da Suécia, Finlândia e Áustria ao bloco, a UE adotou o inglês como língua oficial. Os documentos da UE e textos jurídicos são traduzidos em todas as 24 línguas oficiais do bloco. A França não digeriu sua derrota linguística e impôs o francês também como língua de trabalho na UE, embora o número de oradores em francês esteja diminuindo entre os funcionários de Bruxelas.