Um estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), em conjunto com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE), mostra que entre 2003 e 2015 a economia subterrânea movimentou R$ 12,4 trilhões no País, em valores atualizados. A economia subterrânea é toda produção de bens e serviços não reportada ao governo para sonegar impostos, evadir contribuições para a seguridade social, driblar o cumprimento de leis e regulamentações trabalhistas entre outras ilegalidades.

A informalidade traz prejuízos diretos para a sociedade, cria ambiente de transgressão, estimula o comportamento econômico oportunista, com queda na qualidade do investimento e redução do potencial de crescimento da economia brasileira. Além disso, provoca a redução de recursos governamentais destinados a programas sociais e a investimentos em infraestrutura, diz o presidente executivo do ETCO, Evandro Guimarães.

O estudo divulgado nesta semana também mostra, pela pirmeira vez desde a criação do Índice de Economia Subterrânea (IES) em 2007, uma tendência de alta do setor informal em comparação ao Produto Interno Bruto (PIB) do País. Em 2003 o percentual da informalidade representava 21% do PIB do Brasil, caindo gradativamente ano a ano até chegar em 16,1% em 2014. No ano passado o valor subiu para 16,2% do PIB, revertendo a direção pela primeiro vez neste período de 13 anos.

Essa tendência de alta, segundo o estudo, tem relação direta com a crise econômica. Com a perda de postos de trabalho que intensificou-se desde o ano passado, muitos desempregados migraram para a informalidade.