EDUARDO CUCOLO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – As contas do setor público mostraram deficit de R$ 150,5 bilhões nos 12 meses encerrados em maio deste ano. O valor corresponde a 2,51% do PIB (Produto Interno Bruto), patamar recorde da série histórica iniciada pelo Banco Central em 2002. O valor já está bem próximo da meta fixada na lei orçamentária para este ano, que é um deficit de R$ 163,9 bilhões (2,6% do PIB) para o setor público. O número inclui um resultado negativo de R$ 170,5 bilhões para o governo federal e um superavit de R$ 6,6 bilhões para Estados e municípios. Em maio, o setor público registrou deficit de R$ 18,1 bilhões. Com isso, o resultado acumulado no ano, que estava positivo até abril, está negativo em R$ 13,7 bilhões até maio. No mesmo período do ano passado, foi registrado resultado positivo de R$ 25,6 bilhões. A maior parte do resultado negativo do mês passado (R$ 17,8 bilhões) se refere ao resultado na esfera federal. Municípios e estatais federais também tiveram deficit. Os Estados e suas estatais, por outro lado, fizeram superavit de cerca de R$ 800 milhões. No ano, os Estados continuam a se destacar, com um superavit de R$ 11 bilhões. No acumulado em 12 meses, fizeram uma economia de R$ 3,8 bilhões. JUROS E DÍVIDA Como União, Estados e municípios não conseguem mais economizar, em conjunto, para pagar os juros da dívida pública, que somaram R$ 454 bilhões nos últimos 12 meses, o deficit público total nominal chegou a R$ 605 bilhões (10,1% do PIB) no período. Esse valor contribuiu para elevar a dívida bruta do país de 66,5% para 68,6% do PIB entre dezembro de 2015 e maio deste ano. A dívida líquida passou de 36,2% para 39,6% do PIB no mesmo período.