O segundo guarda-pertences para a população em situação de rua em Curitiba foi inaugurado nesta quinta-feira (30). Com capacidade para atender 100 usuários, o novo guarda-pertences foi instalado na Praça Osório, ao lado dos sanitários públicos. O local vai funcionar todos os dias, das 7h às 21 horas e, para utilizar o serviço, o morador de rua deve se cadastrar em qualquer unidade de atendimento à população em situação de rua da Fundação de Ação Social (FAS).
Em menos de um mês de funcionamento, o primeiro guarda-pertences que abrimos já estava com suas prateleiras lotadas e hoje temos filas antes mesmo de o local abrir. Inaugurar um segundo espaço, numa região mais central, é ter a certeza de que o equipamento terá o mesmo sucesso e vai garantir mais dignidade pra essas pessoas que têm o direito a ter seus pertences, informou a presidente da FAS, Marcia Oleskovicz Fruet.
Do mesmo modo que acontece no guarda-pertences da Rua Dr. Faivre, a nova unidade contará com ex-moradores de rua no quadro de funcionários. O processo de seleção está em andamento nas unidades de acolhimento da FAS, com usuários em atendimento continuado e em trajetória de saída das ruas e resgate de autonomia. Essa foi uma experiência que deu muito certo. A adesão das pessoas em situação de rua se deu em grande parte por esse vínculo que os funcionários conseguiram estabelecer. Acreditamos que a mesma coisa irá acontecer neste segundo guarda-pertences, disse a diretora de proteção social especial da FAS, Angela Mendonça.
Durante a inauguração também foram entregues novos cartões que dão acesso tanto aos guarda-pertences como aos banheiros públicos administrados pela Urbs. No total, já são mais de 200 usuários cadastrados. Paulo Cassemiro, de 53 anos, foi um dos que receberam o novo cartão e já começou a utilizar o guarda-pertences da Praça Osório de imediato. Isso aqui para mim é uma benção porque antes eu guardava todas as minhas coisas nos bueiros. Quando chovia, molhava tudo e eu tinha que jogar fora, contou. Paulo, que desde novo foi para as ruas depois de perder os pais e se envolver com drogas, hoje recebe atendimento em um dos seis Centros Pop de Curitiba (unidade para atendimento diurno de moradores de rua) e passa as noites em uma das Casas de Passagem da cidade.
Atendimento à população em situação de rua
Desde de 2013, a política de Assistência Social em Curitiba reordenou serviços de atendimento à população em situação de rua. A cidade foi a terceira capital a assinar a Política Nacional para a População em Situação de Rua e hoje não há falta de vagas para quem precisar ser atendido nos equipamentos. O número de unidades de acolhimento saltou de uma (até 2013) para 18 (dez oficiais e oito conveniadas) em 2016, e três novos Centros POP, de atendimento diurno, foram inaugurados, dobrando o número dessas unidades na cidade. Com isso, o número de vagas de acolhimento saltou de 615 para 1.115, representando um aumento de mais de 80%.
