ADRIANO MANEO E EDUARDO RODRIGUES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com a ausência de Paulo Henrique Ganso no primeiro jogo da semifinal da Libertadores, contra o Atlético Nacional, na quarta-feira (6), o técnico Edgardo Bauza perde um de seus principais jogadores na temporada. E os números mostram essa importância.
Com sete gols e sete assistências nos 32 jogos que disputou no ano, o meia teve participação direta em 28% dos gols da equipe. Com ele em campo, foram 14 vitórias, nove empates e nove derrotas. Desempenho de 53%.
Sem ele, porém, a situação não foi das melhores. Devido à convocação da seleção brasileira para a Copa América Centenário e por partidas em que foi poupado, Ganso ficou de fora em oito oportunidades e o time tricolor teve uma queda de aproveitamento de 40%.
Nas partidas em que Ganso esteve ausente, o São Paulo só conseguiu oito dos 24 pontos em disputa, o que representa 33,3%.
Na Libertadores, o meia ficou de fora apenas do duelo frente ao Toluca, do México, o qual o São Paulo foi derrotado por 3 a 1, fora de casa, mas avançou graças ao placar de 4 a 0 no Morumbi.
E para suprir a ausência do cérebro do time, Bauza tem opções limitadas.
Lucas Fernandes, 18, que apesar da pouca idade seria o substituto natural de Ganso, rompeu o ligamento do joelho esquerdo e só deve voltar ao fim da temporada.
O peruano Cueva, recém-contratado e escolhido para começar a partida desta quarta (29), contra o Fluminense, no lugar do meia, não pode jogar a Libertadores porque já participou do torneio, pelo Toluca (MEX).
Além da lesão do camisa 10, o treinador também tem a ausência de Kelvin no setor ofensivo. O atacante teve o mesmo problema de Ganso, mas na coxa esquerda.
Centurión, que poderia suprir a ausência, cumprirá o último de três jogos de suspensão por cuspir em um adversário na partida de volta das oitavas de final, contra o Toluca.
Desta forma, Bauza terá que encontrar a formação ideal escolhendo entre cinco nomes para as duas posições.
Se o treinador optar por manter o 4-2-3-1 habitual, a tendência é que Ytalo jogue no lugar de Ganso. O jogador, que é originalmente atacante, foi o escolhido para substituir Ganso enquanto o meia esteve com a seleção na Copa América.
O meia Daniel é uma alternativa para o lugar de Ytalo. O jogador é meia de origem, mas só participou de oito jogos nesta temporada e não deve ser escolhido.
Caso o treinador opte em não colocar Daniel ou Ytalo, que só chegou ao clube após as quartas de final, contra o Atlético-MG, será mais difícil manter o esquema tático.
Sendo assim, é possível que Bauza utilize o esquema do qual já se valeu em outras partidas da Libertadores, escalando três volantes.
Hudson ainda é dúvida para a partida de quarta-feira (6), mas caso seja liberado pelo departamento médico, pode formar um trio com Thiago Mendes e João Schmidt. Contra o The Strongest, na Bolívia, e contra o Toluca, no México, Bauza escalou o time dessa forma. Nas duas oportunidades, manteve os meias ofensivos atuando como pontas.
Michel Bastos jogará pela esquerda, e para o lugar de Kelvin, o treinador deve optar por Carlinhos. Wesley, que deve retornar de lesão, e o jovem Luiz Araújo, que entrou com personalidade contra o Santos, no domingo (26) e contra o Sport, na última quinta (23), disputam a vaga.
Outra possibilidade para Bauza é manter três volantes, porém com mais liberdade. O treinador pode entrar com uma formação 4-1-4-1 colocando Hudson ou João Schmidt à frente da zaga, e Thiago Mendes e Wesley mais soltos. Pelos lados, ficariam Michel Bastos e Carlinhos.