MACHADO DA COSTA E EDUARDO CUCOLO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Banco Central vai exigir dos grandes bancos brasileiros testes de estresse mais rigorosos e planos de recuperação que serão avaliados pela autoridade, com o objetivo de blindar a economia no caso de quebra de uma dessas instituições.
O CMN (Conselho Monetário Nacional), em resolução aprovada na reunião desta quinta-feira (30), decidiu incorporar recomendações de órgãos internacionais que normatizam a elaboração e a execução desses planos de recuperação.
Segundo Rodrigo Lara Coelho, chefe do departamento de regulação prudencial do BC, esses planos são importantes para que as empresas, em situações de estresse, possam agir rapidamente, de modo a não interferir na economia real.
As situações de estresse acontecem, principalmente, com a queda de grandes empresas, expondo bancos que possuem grande quantidade de crédito. Um exemplo é o caso recente da Oi, que protagoniza o maior processo de recuperação judicial do Brasil.
“O plano, alinhado com órgãos internacionais, preserva o patrimônio público. No caso de uma insolvência de uma instituição, ele permite que se utilize o mínimo possível de recursos públicos”, afirma Coelho.
Com a nova resolução, os bancos deverão criar novos modalidades de testes de estresse, como o teste reverso. Em um teste regular, o banco cria hipóteses para avaliar o desempenho da instituição em momentos críticos. No teste reverso, o banco procura as hipóteses que levariam à quebra da instituição.
A partir desses testes, as instituições deverão criar planos de recuperação e encaminhá-los ao BC para o crivo da autoridade monetária.
“O coração dessa resolução é essa estratégia de recuperação. As normas elencam as regras que deverão ser seguidas pelos bancos em casos de estresse, como aumento de capital e de linhas de liquidez, a preparação para a venda de ativos. O importante é que a estratégia precisa ser crível”, diz Coelho.