O Brasil vem enfrentando uma forte recessão econômica e, com isso, um dos setores mais afetados é o de geração de empregos. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o índice de desemprego chegou a 11,2% entre fevereiro e abril, um aumento de 42,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Como consequência houve diminuição do consumo e do poder de compra real do consumidor, o que levou ao crescimento no número de brasileiros endividados nos últimos meses. 

De acordo com o mapeamento realizado pela Siscom, um dos maiores players de recuperação de crédito do país, entre sua carteira de clientes, 48% dos devedores no primeiro trimestre desse ano apontaram o desemprego como motivo para a dívida. Esse número aumentou 20% em relação ao mesmo período do ano passado. A segunda razão mais listada foi a priorização de contas essenciais, como água e luz. Com o aumento do índice de desemprego e da inflação, a renda do trabalhador fica comprometida e ele passa a priorizar necessidades básicas e deixa de honrar algumas despesas como o cartão de crédito e financiamentos, afirma Satoshi Fukuura, CEO da Siscom.

O levantamento da Siscom também mostrou que o débito de massificados (cartão de crédito, cheque especial e empréstimos pessoais) segue em alta a exemplo de 2015, mas também houve aumento em outras áreas. O número de endividados no setor de veículos cresceu 7% em relação a 2015 e a falta de pagamentos relacionados à área de imóveis teve um aumento de 66%. Ao todo, a empresa tem em sua carteira mais de um milhão de brasileiros devedores.

Para Satoshi, o cenário atual pode apresentar uma melhora caso haja a retomada do crescimento econômico, controle da inflação e aumento do poder de compra da população. Seja em época de crise ou não, é muito importante que haja um planejamento financeiro e um controle dos gastos por parte das famílias, finaliza o executivo.