Turismo em Colombo vai de vinícolas a parques municipais

Maioria das atividades possui entrada franca

A cidade de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, possui atrações interessantes, com grande potencial turístico, que prendem o visitante não só pelas belezas naturais, como também pelo paladar. O Circuito Italiano de Turismo Rural é o nome dado a um conjunto de pontos de visitação que fazem referência à imigração dos italianos na região, povo que ajudou a construir o município.

Dentro do Circuito está embutida a Rota do Vinho de Colombo, manifestação da história da chegada dos italianos. Muitas famílias trouxeram mudas de seu país e começaram a cultivar a uva em terras brasileiras. Por isso, manter a tradição herdada são palavras de ordem, uma boa notícia para os apreciadores de vinho.

Além da já conhecida Festa do Vinho de Colombo, que atrai a atenção da cidade por trazer grandes nomes da música sertaneja e movimentar o comércio de produtos derivados da uva, a cidade disponibiliza outras atrações para seus visitantes.

O Parque Municipal da Uva é um grande espaço para quem quer relaxar e ficar perto da natureza. Com um enorme lago, onde é possível pescar, o local atrai muitos visitantes, como o aposentado Adamázio Ferreira, 65 anos. Eu venho aqui todo final de semana para ver esses pinheirão com mais de cem anos (SIC) , revela.

Ele não é o único, Dilair Milanni trabalha recepcionando os turistas do parque, ela conta que o local tem enorme potencial turístico e convida os moradores da capital para conhecê-lo. As pessoas que vierem a Colombo não vão se arrepender. O vinho daqui é bom e o local é muito gostoso, convida.

Fazem parte do Circuito Italiano outros locais turísticos, como é o caso do Parque Gruta do Bacaetava, a Casa da Cultura, o Pavilhão de Eventos do Parque da Uva, o Memorial Italiano e o Museu Cristóforo Colombo, além de nove diferentes vinícolas.

 

Turismo nos parques ajuda produtores de vinho

Grande parte dos pontos turísticos dentro da cidade de Colombo possui a entrada franca, como é o caso do Parque Municipal da Uva, do Memorial do Imigrante Italiano e das nove vinícolas. Somente o Parque Municipal do Bacateava recebeu mais de 23 mil visitantes no ano de 2014, um público que vem de vários locais.

O que alimenta a economia local é o próprio comércio turístico. De acordo com a secretaria de turismo do município, existem 78 estabelecimentos direta ou indiretamente relacionados com os passeios, o que engloba os restaurantes, agências de turismo, lojas para compras diversas e propriedades privadas que abrem para a visitação do público.

Apesar dos números, não é tão simples para o poder público contabilizar os ganhos com o turismo local. Isso ocorre porque cerca de 35% dos estabelecimentos não possuem CNPJ, ou seja, não há como realizar o recolhimento dos impostos.

Mesmo assim, muitos produtores de vinhos investem no agronegócio regional. A família que administra a vinícola Cavalli tem a tradição como principal motivo para o cultivo da uva e a produção do vinho. Para dar conta da venda da bebida, eles precisaram comprar novos tonéis, que já somam mais de 30 no galpão. Cada novo tonel de inox tem o custo equivalente a R$ 30 mil reais. “Os tonéis servem para a maturação do vinho. Depois de pronto, ele fica envelhecendo de 2 a 6 anos”, como explica a proprietária, Regina Cavalli. Como o espaço dedicada à plantação da uva também não é suficiente para manter a produção do ano, amigos da família plantam e vendem o fruto do Rio Grande do Sul.

Além da venda das garrafas de vinho, que custam em média entre R$ 9 e R$ 30 reais, a geração de empregos é outro fator importante a ser considerado na cidade. Segundo a Prefeitura, o processo de cultivo da uva gera 140 empregos diretos, mas a época de colheita da fruta aumenta a necessidade de contratações temporárias.

 

Com a palavra, a sommelier

Sonia Maria Petri fala sobre os vinhos de Colombo

Algumas vinícolas da região começaram com mudas que vieram da Itália, mas alguns vinhos de Colombo não são totalmente produzidos na cidade. As uvas podem vir do Rio Grande do Sul e ter somente a produção na Região Metropolitana. A sommelier e professora Sonia Maria Petri destaca a diferença desses vinhos produzidos nas pequenas vinícolas para os industrializados. O artesanal tem um grande respeito à terra da vinha e muita atenção ao processo de produção.

No caso dos vinhos de Colombo, o valor acessível não é sinônimo de baixa qualidade. A vinícola Franco produz o Censurato, vinho que recebeu medalha de ouro no 7º Concurso Internacional de Vinhos do Brasil, de 2014. A garrafa sai a R$ 28. De acordo com a Prefeitura, já são 13 prêmios acumulados no Circuito, com bebidas a partir de R$ 9. Sonia diz que a atenção que os produtores de Colombo dão a uva é um toque que diferencia os seus vinhos. Esses produtores tratam a uva perfeitamente quando ela chega e elaboram manualmente o vinho, assim o produto é o melhor possível, completa a sommelier.

Esses espumantes têm um bom frescor, se adaptam bem à culinária brasileira, como aperitivos e situações de festa diz Sonia.

A combinação entre vinho e comida é muito conhecida entre os fãs dessa bebida. Para Sonia Maria Petri, os espumantes de Colombo e Araucária se destacam nesse quesito. Esses espumantes têm um bom frescor, se adaptam bem à culinária brasileira, como aperitivos e situações de festa.

 

Classificações de vinhos

As classificações mais conhecidas para os tipos de vinhos são baseadas nas cores. Tinto, Branco e Rosé. Eles também podem ser divididos de acordo com seu teor de açúcar, podendo ser Seco, Meio Doce e Suave.

Tinto – É o vinho mais popular no mundo. Sua cor sanguínea vem da pigmentação das uvas escuras e do tempo em que as cascas ficam em contato com o suco obtido das uvas, quanto mais tempo isso acontecer mais forte e escuro será o vinho. O Tinto Seco combina com queijos fortes, carnes vermelhas e frangos com molhos fortes.

Branco – É elaborado com uvas brancas (Chardonnay e Sauvignon Blanc, por exemplo) ou apenas com a parte interna de uma uva escura, descartando sua casca. Adocicado tem um aroma que pode lembrar algumas frutas. São considerados vinhos que possuem versatilidade na combinação com vários tipos de comida. O vinho branco seco tem como principal diferença o menor nível de açúcar.

Rosé – É um vinho intermediário entre o Tinto e o Branco. Pode ser obtido das uvas escuras que liberam pouca coloração ou da mistura entre os outros dois. Ele passa por um processo de produção parecido com Tinto, mas por menos tempo. Acompanha bem pratos leves ou com molho branco.

 

A opinião do público

O que os consumidores acham dos vinhos de Colombo

A produção de vinho da cidade de Colombo mantém a estrutura de negócio de família, isto desde a colonização italiana na região, tornando o local um ponto de parada para os apreciadores do vinho artesanal. O gerente de vendas Robson da Silva, de 34 anos, é um fã dos vinhos da cidade. Ele destaca a qualidade da bebida. “Eu valorizo o produto que é da cidade. O vinho é de boa qualidade, mesmo sendo branco ou tinto, a qualidade me satisfaz. Eu confio mais no vinho da cidade” Robson da Silva, 34 anos, gerente de vendas.

A crítica positiva aos vinhos de Colombo é compartilhada pela artesã Delmires Toqueiro. Para ela, o hábito de tomar vinho poder ser um aliado para uma boa saúde. “Pelo menos uma vez por semana nós estamos aqui (na vinícola). O vinho da região é maravilhoso. É muito saudável, faz bem à saúde” Delmires Toqueiro, artesã.

A artesã também acredita que o número de visitantes na cidade podia ser maior, com a ajuda do poder público.

 

Turismo na Região Metropolitana de Curitiba

Além de Colombo, outras cidades da Região Metropolitana de Curitiba têm atrações para quem gosta de turismo rural.

São José dos Pinhais possuí o Caminho do Vinho, no local, além da bebida é possível degustar um delicioso café colonial, com pão e geleia artesanais.

Campo Largo oferece uma viagem ao tempo. A Rota dos Tropeiros conta a história daqueles que ajudaram a construir o sul do país, além de belíssimas paisagens o local tem comércios de produtos artísticos e artesanais.

Araucária oferece um passeio agradável pelo seu centro histórico que conta com as primeiras igrejas e comércios da cidade. Assim como São José dos Pinhais e Colombo, o município é famoso pelos seus vinhos.