JOÃO PEDRO PITOMBO
SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) – Preso após ameaçar explodir uma bomba durante a prova da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Salvador (BA) neste domingo (24), Frank Oliveira da Costa tinha pacotes com balas de gengibre preso ao corpo.
Ele entregou-se à polícia após quatro horas de negociação, mas não foram encontrados artefatos explosivos ou armas de fogo com o rapaz. Além das balas presas ao corpo, o candidato carregava uma sacola plástica com roupas dentro.
Após render-se, o candidato prestou depoimento na Delegacia de Combate ao Crime Organizado, fez exame de corpo delito, e foi liberado em seguida.
Frank Costa entrou às 12h30 em uma das salas do a Unijorge (Centro Universitário Jorge Amado), onde 3.000 pessoas fariam o exame da OAB. Antes da prova começar, ele informou aos demais candidatos que carregava uma bomba e ameaçou explodir a faculdade.
O prédio foi evacuado. Após a ameaça, Frank isolou-se na mesma sala em que faria a prova, no sétimo andar. Segundo testemunhas, o rapaz justificou a ameaça afirmando que foi reprovado 18 vezes no exame nos últimos 11 anos.
TUMULTO
A pedagoga Joana Matos, 38, que estava na mesma sala de Frank, afirma que ele disse que os candidatos tinham 11 minutos para deixar o prédio antes de explodi-lo. “Foi um pânico total. Todos saíram correndo, houve muita confusão”, afirma a pedagoga, que fazia o exame da OAB.
A professora Leonísia Fragoso, 30, estava o mesmo andar em que houve a ameaça. Segundo ela, enquanto os candidatos corriam, o homem gritava: “estou dando chance [deles fugirem]”. “Foi insano. Vi pessoas sendo pisoteadas, perdendo seus pertences que ficaram pelo caminho”, afirma.
Na fuga, a estudante Carime Souza, 28, deixou celular, bolsa e carteira na sala. O autônomo Fernando Portela, 32, feriu-se no braço após ser imprensado na parede durante a saída dos candidatos do prédio.
SUSPENSÃO
Presidente da OAB na Bahia, Luiz Viana Queiroz classificou o ato como “atípico” e “lamentável”. E confirmou que a prova foi suspensa em Salvador. “A coordenação nacional vai adotar medidas para que nenhum candidato seja prejudicado”, disse Queiroz.
A Fundação Getúlio Vargas, que organiza o exame, também confirmou a suspensão da prova. Em nota, a Unijorge confirmou o incidente e afirmou que não houve mortos, feridos ou reféns no prédio da faculdade.