O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT) admitiu nesta segunda-feira que mantém conversas com o PSDB do governador Beto Richa para uma possível aliança para a disputa pela prefeitura da Capital. Fruet negou, porém, que as conversas estejam avançadas, e confirmou que também mantém negociações com outros partidos, como DEM e PPS. As declarações foram dadas no sábado, quando o PV oficializou o apoio à reeleição do prefeito.

Fruet – que em 2012 foi eleito com o apoio do PT – disse que sua preocupação é formar uma aliança com base no debate sobre as questões locais. Nas eleições deste ano, o PT decidiu lançar o deputado estadual Tadeu Veneri como candidato próprio à prefeitura.

Os tucanos já definiram que não terão candidato próprio à prefeitura da Capital, e confirmam negociações com Fruet, mas também com o pré-candidato do PMN e ex-prefeito Rafael Greca. Correndo por fora estariam ainda os pré-candidatos do PSD, deputado estadual Ney Leprevost; e do PP, deputada estadual Maria Victória. Aliados de Richa afirmam que, atualmente, o mais provável seria um acordo com Greca, mas não descartam a possibilidade de apoio formal ou um acordo branco com o atual prefeito.

Fontes ligadas ao prefeito têm afirmado que a tendência – se houver acordo com o PSDB – é uma aliança informal entre os dois grupos políticos. Nesse cenário, os tucanos não participariam oficialmente da coligação, para evitar que o apoio do governador a Fruet fosse questionado pelos adversários na campanha, já que a relação entre Richa e o prefeito foi de conflito nos três anos e meio de mandato da atual administração.

Em troca de um pacto de não agressão e da liberação de seus aliados do governador para apoiar Fruet, o prefeito se comprometeria a permanecer no cargo durante os quatro anos do segundo mandato, caso reeleito, e a não disputar as eleições de 2018, quando Richa deve buscar uma cadeira no Senado. A negociação passaria ainda pela possibilidade de um acordo com o ex-senador Osmar Dias (PDT), que deve disputar o governo do Estado daqui a dois anos.

Conversei com o governador. Estive no Palácio inclusive, sobre as demandas da Capital. Nós tivemos agora essa boa notícia que foi o convênio da saúde. Mas não avançamos com relação à política local, apesar de evidentemente conversar sobre cenários. Mas isso não significa que haja qualquer aliança formal nesse sentido, disse Fruet. É uma conversa natural com o governador Beto Richa com quem já estive junto em outras eleições. Evidentemente ele também está avaliando o cenário político não só da eleição em Curitiba, mas os cenários possíveis para 2018, confirmou o prefeito.

Relação

Fruet lembrou que tem o apoio da maior parte dos vereadores tucanos na Câmara Municipal. Os vereadores do PSDB, nós temos uma boa relação, todos com potencial de reeleição. Esse diálogo no PSDB vai muito além de Curitiba, disse. Há uma discussão dentro do PSDB e nós temos que aguardar e respeitar com relação a qual será a postura do partido com relação a presença do governador em diferentes eleições municipais. Até que ponto isso vai garantir só apoio ou isso também vai acabar expondo algumas situações que geraram desgaste do governo e que agora trabalha na recuperação de identidade, explicou o pedetista.

Fruet disse ainda esperar uma campanha agressiva por parte dos adversários. Já vimos que será um processo desqualificado e um debate superficial por parte de alguns candidatos. Da minha parte o desafio é manter a serenidade, ter uma imensa paciência para evitar uma atitude desequilibrada e buscar qualificar o debate, previu.