SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil divulgou o retrato falado de um homem acusado de atacar pessoas com seringas na região da avenida Paulista, em São Paulo.

Em junho, uma médica peruana registrou queixa por lesão corporal e relatou ter sido atacada por um desconhecido e perfurada por uma agulha na região. Ela afirmou que viu outra mulher sendo atacada. O 78ºDP (Jardins) abriu um inquérito para apurar os casos.

A Secretaria de Segurança informou que a polícia mantém contato com o hospital Emílio Ribas, que atende casos de infecções, para obter informações de eventuais novas ocorrências. “É importante que qualquer pessoa que seja vítima dessa prática registre boletim de ocorrência”, afirmou o governo em nota.

À época, a médica, que não quis se identificar, relatou que caminhava pela rua Pamplona, na altura do shopping Cidade São Paulo, quando sentiu uma pressão nas costas. “Parecia a ponta de uma caneta”, disse. A médica afirmou que achou ser algum conhecido que tentava chamar sua atenção. “Passou na minha frente um homem alto, magro, moreno, de moletom verde com listras brancas”, afirmou na ocasião, sem ter visto o que ele segurava.

Um pouco à frente, na esquina com a avenida Paulista, a mulher contou que viu o homem perfurando outra mulher, e, ao parar para ajudar, viu que também tinha sido atingida pela agulha. A médica foi atendida no instituto Emílio Ribas e recebeu a PEP (Profilaxia pós-exposição), coquetel de medicamentos que reduzem as chances de infecção por HIV.

Em outro hospital, ela fez testes para HIV, sífilis, hepatite B e hepatite C. Os resultados preliminares de HIV e sífilis deram negativos, mas a médica ressalta que os exames mostram que ela não tinha as doenças antes de ser perfurada, e que é preciso fazer novas análises periodicamente.

RISCO BAIXO

“As chances de acontecer uma infecção por furada de agulha são muito baixas. Mas, de qualquer maneira, tem que tomar essas medidas de prevenção”, disse a médica. Ela relata que não sentiu qualquer fluido na agulha. “Não senti nenhuma substância sendo injetada na minha pele, até porque não daria tempo. Acredito que foi só a furada”, afirmou.

O Instituto Emilio Ribas disse, em nota, que “casos como esse são raros” e que “os riscos de transmissão de doenças infecciosas são considerados mínimos, não havendo necessidade de pânico para a população”. O hospital recomendou que, caso alguém seja atingido, “mantenha a calma, lave o ferimento com água e sabão, não use álcool ou solução que machuque a pele e procure um serviço de saúde para avaliação”. “​Importante salientar que existe disponível na rede pública de saúde a PEP (Profilaxia Pós-Exposição), medicação que previne a transmissão do vírus HIV, caso seja tomada no máximo até 72 horas após uma situação de exposição. A PEP está disponível nas unidades de emergência ou de atendimento especializado em DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis)”, disse o instituto na ocasião.