O PSDB do governador Beto Richa deve apoiar a pré-candidatura de Rafael Greca (PMN) à prefeitura de Curitiba nas eleições de outubro. O acordo teria sido fechado ontem e pode incluir ainda outros partidos da base política do tucano, como DEM, PSB e PTN. Um quarto partido, o PRB também estaria negociando com Greca, mas não descarta fechar com o atual prefeito e candidato à reeleição, Gustavo Fruet (PDT). O anúncio oficial deve acontecer nos próximos dias, depois que alguns detalhes, como a indicação do candidato a vice-prefeito, forem acertados.

A evolução das negociações foi confirmada pelo presidente do Diretório Municipal do PSDB da Capital, Juraci Barbosa Sobrinho. Já Greca não quis falar com a reportagem, alegando estar em reunião. Através de sua assessoria, o pré-candidato do PMN disse apenas que por enquanto as conversas estão avançadas, mas não há definição.

Está avançando bastante. Temos conversado quase que diariamente, afirmou Barbosa. As condições que o PSDB colocou para fechar a aliança, como a indicação do vice, e a participação na administração estão bem encaminhadas, explicou ele. Entre as condições propostas pelos tucanos estão a indicação do empresário e assessor do governador, Eduardo Pimentel (PSDB), como candidato a vice-prefeito. Se houver aliança, não abrimos mão da vice com o Eduardo Pimentel, confirmou o dirigente.

Essa é uma das questões que terão que ser resolvidas até que a aliança seja confirmada oficialmente. Isso porque o PSB do ex-prefeito e deputado federal Luciano Ducci quer indicar o ex-secretário municipal do Meio Ambiente, José Antonio Andreguetto (PSB), para a vice de Greca.

De acordo como o presidente do PSDB curitibano, esses detalhes devem ser acertados nos próximos dias. Tem uma etapa ainda a ser cumprida. É uma aliança mais ampla, então temos que ter ainda a concordância dos demais partidos. Conversar com os vereadores do PSDB, afirmou, demonstrando otimismo com a negociação. Hoje está bem favorável, avaliou Barbosa.

Desgaste

O grupo de Richa vinha negociando também com Fruet, que no último sábado admitiu a possibilidade de um acordo com o grupo do governador. A avaliação final dos articuladores políticos do tucano, porém, foi de que uma aliança entre os dois grupos seria inviável em virtude da relação conflituosa entre o governo do Estado e a administração do pedetista no primeiro mandato, que culminou com a suspensão dos susbídios e a desintegração do sistema de transporte coletivo da Capital e região metropolitana. Além disso, o grupo de Fruet – apesar de admitir um acordo com o tucano – não queria uma aliança formal com o PSDB, temendo um desgaste que a reaproximação dos dois em período eleitoral poderia trazer para sua campanha à reeleição.

Com o apoio do PSDB, PSB, e DEM, Greca garante mais tempo na propaganda de rádio e televisão, o que ele não tinha com o PMN, seu atual partido, que tem apenas três deputados federais. A estimativa é de que com esses apoios, o ex-prefeito tenha cerca de dois minutos em cada bloco de programas diário no horário eleitoral dos candidatos à sucessão na Capital.

Além disso, Greca atrai um amplo arco de lideranças políticas do grupo de Richa para sua campanha. A convenção do PMN que vai oficializar a candidatura do ex-prefeito acontece no próximo sábado.

Já Fruet, que, além de seu próprio partido, conta ainda com o PV e o PTB, negocia também com o PPS e disputa o apoio do PRB.