SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Nos últimos quatro dias, os paulistanos puderam esquecer um pouco do inverno com a elevação das temperaturas acima da média durante a tarde. Contudo, a passagem de uma frente fria nesta quarta-feira (27) no Estado provoca rajadas de ventos e declínio das temperaturas máximas até o final do mês.
Afastada do oceano Atlântico, a frente fria passará pelo litoral de São Paulo e vem acompanhada de uma massa de ar polar, que será responsável pelo aumento da nebulosidade e queda das temperaturas, mas com baixa possibilidade de chuva.
Desde sábado (23), as temperaturas máximas estão, em média, cerca de 3°C a 4°C acima do previsto para julho (22,6°C). Na tarde desta terça (26), São Paulo registrou 27°C. Porém, os meteorologistas afirmam que essa elevação deve acabar nesta quarta, quando a previsão é de 24°C. Depois, a tendência é que a temperatura máxima não fique acima dos 20°C.
“As temperaturas mínimas ficaram dentro do esperado nos últimos dias e as máximas se elevaram bastante. Mas, com a passagem da frente fria, as temperaturas devem cair ao longo de todo o dia. Não será um frio duradouro e a frente deve amenizar a questão da umidade do ar, que deve se elevar”, disse o meteorologista Adilson Nazário, do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura.
As temperaturas mínimas não ficarão tão baixas como as registradas entre os dias 17 e 22 de julho. A previsão é de 10°C, segundo os meteorologistas, para esta quinta e sexta, e a, máxima, não deve ultrapassar os 18°C. Nazário afirma que a temperatura mínima nas madrugadas tem ficado dentro da média para julho -que é de 12,6°C.
A previsão para a reta final de julho, segundo Nazário, é de tempo seco, baixa umidade relativa do ar e surgimento de névoa seca na cidade. Com isso, São Paulo ganha um aspecto acinzentado no céu devido à condensação de vapor de água, associado com a poeira, fumaça e outros poluentes. É isso que os meteorologistas chamam de névoa seca, comum nos dias frios de inverno.
O índice de umidade do ar deve ficar entre 30% e 40% nesta quarta, segundo o meteorologista. A OMS (Organização Mundial da Saúde) considera estado de atenção quando os níveis estão entre 20% e 30%. Entre 12% e 20%, a organização considera estado de alerta. Já índices inferiores a 12% são tidos como estado de emergência sanitária.
Esse tempo seco é em decorrência de um sistema de alta pressão atmosférica que está sobre a região central do país, impedindo a formação de nuvens carregadas e a chegada de frentes frias. O movimento do ar de cima para baixo, segundo o meteorologista, traz um ar mais seco para a superfície, o que favorece a ocorrência de inversões térmicas.
SEM CHUVA
A passagem dessa frente fria acompanhada de uma massa de ar polar nos últimos dias de julho não trará chuva para São Paulo. “A probabilidade de chuvas significativas para a capital paulista é muito baixa quando da passagem do sistema frontal. Na retaguarda dele, ingressa o ar frio de origem polar que vai trazer o frio”, disse Nazário.
Apesar disso, diz Nazário, não se descarta a ocorrência de rajadas de vento, sem uma região preferencial, que podem superar os 50 km/h. O meteorologista lembra ainda que julho é um mês que não chove muito. Contudo, o acumulado do mês está bem abaixo do esperado.
Até agora, o CGE registrou apenas 6,6 mm de chuva, muito abaixo do esperado para o mês (48,5 mm) na capital paulista. Os meses de junho e maio foram mais chuvosos com acúmulo de 170,8 mm (esperado era 52,4 mm) e 100,6 mm (esperado era 52,4 mm), respectivamente.
Essa falta de chuva também reflete no armazenamento dos principais reservatórios da região metropolitana de São Paulo. No sistema Cantareira, o principal sistema da região metropolitana, o nível do reservatório tem registrado queda. O sistema opera com 59% da capacidade após recuo de 0,1 ponto percentual em relação a medição anterior, de acordo com balanço da Sabesp divulgado nesta quarta.