DANILO LAVIERI E PEDRO LOPES
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Palmeiras pode se ver forçado a vender Gabriel Jesus após a disputa das Olimpíadas do Rio de Janeiro. A reportagem teve acesso ao contrato feito entre jogador, clube e seus empresários. A cláusula 4 trata exclusivamente do tema e deixa claro que, após o dia 22 de agosto, fim dos Jogos, o atacante e seus empresários ganham ainda mais poder de decisão sobre o futuro.
Para que a cláusula seja exercida, é necessária uma proposta de algum clube do exterior de, no mínimo, 24 milhões de euros (R$ 86,4 milhões), após as Olimpíadas.
Para recusar uma proposta nesses moldes, o Palmeiras precisaria pagar o correspondente à oferta para ficar com 100% dos direitos do atleta. Como tem 30% dos direitos econômicos, teria de gastar o montante equivalente aos 70% dos empresários. Caso não faça isso, pelo contrato, é obrigado a vender o atacante.
Um exemplo: caso receba uma proposta de R$ 100 milhões e os empresários queiram ativar a cláusula, o time presidido por Paulo Nobre precisa pagar R$ 47,5 milhões a Cristiano Simões (que tem 47,5% dos direitos) e mais R$ 22,5 milhões a Fábio Caran (que tem 22,5% dos direitos) caso queira manter Jesus. Caso contrário, se fosse vontade do atleta sair, seria obrigado a vender.
O Palmeiras sabe do risco. Não à toa, dirigentes alviverdes têm mantido contato direto com os cartolas dos times europeus e alinhou com o jogador um acordo verbal para que ele fique, ao menos, até o fim do ano.
Além da cláusula que obriga a venda, o contrato de Jesus tem uma multa rescisória reduzida para cinco times: Barcelona, Real Madrid, Bayern de Munique, Manchester United e PSG. Esses precisariam pagar 24 milhões de euros. Para o restante, a multa é de 40 milhões de euros.
Nos últimos dias, o Manchester City surgiu como um dos times fora da lista preferencial. A proposta de 32 milhões de euros animou o Palmeiras, os empresários e o jogador. Ainda é cedo, no entanto, para cravar o destino do atleta.
O Palmeiras tem por política não comentar assuntos de contrato de forma pública. Fábio Caran e Cristiano Simões não responderam as tentativas de entrevista.