As atividades do programa Defesa Civil na Educação – Conhecer Para Prevenir (CPP) já envolveram 745.165 mil pessoas nos últimos dois anos. Realizado pela Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compdec) e a Secretaria Municipal da Educação, o CPP promove treinamentos e simulados de preparação para situações de emergências nas unidades da rede municipal de ensino.

O objetivo do programa é instruir e preparar a comunidade escolar – estudantes, professores, funcionários e pais – para saber como agir em casos de acidentes ou eventos que envolvam abandono do prédio, como incêndios, inundações e outras situações de emergência.

O treinamento é realizado durante todo o ano. Agentes da Defesa Civil pela Guarda Municipal e Secretaria Municipal da Educação definem a programação, organizando procedimentos, formação de brigadas, prazos para apresentação dos documentos de atualização cadastral e a realização de simulados e treinamentos.

Diretores de escolas municipais, CMEIs e unidades de ensino contratadas do Município participam da troca de informações e da preparação dos funcionários, auxiliares e alunos, para estruturarem em suas escolas o funcionamento do CPP, mapear rotas de fuga e distribuírem as responsabilidades, entre outras tarefas.

A próxima simulação do Programa CPP será realizada na segunda-feira (1º de agosto), às 14 horas, na Escola jornalista Arnaldo Alves da Cruz, na Regional do Boqueirão. Na semana seguinte, no dia  8 de agosto, as crianças de até 5 anos do CMEI Lígia Carneiro, na Regional Santa Felicidade participam da atividade, a partir das 8h30.

 

Simulação

Desde muito pequenos, as crianças são treinadas a responder ao aviso de emergência. O Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Boa Vista, com 78 meninos e meninas de até 5 anos de idade possui mapas espalhados em todo o espaço, assim como sinalização no chão, para que as crianças memorizem cada lugar numa possível evacuação emergencial do local.

No exercício de simulação de princípio de incêndio na cozinha do CMEI, o primeiro sinal chama a atenção das crianças, que interrompem imediatamente as atividades e aguardam as instruções. De acordo com o protocolo, o professor bombeirista busca o extintor e tenta apagar o fogo, enquanto um outro professor corta a energia elétrica e pega a pasta com a relação de contatos dos pais e responsáveis pelas crianças. A evacuação vai acontecer no sinal duplo, acionado conforme a gravidade da ocorrência.

Logo após ouvirem dois avisos sonoros, as crianças são posicionadas e saem em fila até o local combinado nos treinamentos, seguindo os passos e orientações da professora. Todos se posicionaram no Ponto de Encontro, geralmente abrigado e no terreno da escola. Dependendo da gravidade, se dirigem ao Local de Concentração; ambiente externo, praça ou parque da mais próximo da escola ou creche.  

As crianças estão bem preparadas pelos simulados e saíram em ordem de suas salas. Em pouco mais de dois minutos, antes da chegada do socorro, o CMEI foi completamente evacuado. A simulação reafirma a importância da atenção das crianças, desde muito pequenos, ao aviso sonoro, disse a diretora do CMEI, Mônica Angélica Sampaio.

Para avaliar o sistema de prevenção da Escola Municipal Anísio Teixeira, no bairro Atuba, na Regional Boa Vista, com 400 alunos 5 a 11 anos, do 1º ao 5º ano, a equipe da Defesa Social simulou um princípio de incêndio em uma das salas de aula. Crianças e adolescentes deixaram as salas rapidamente e seguiram até o pátio externo da escola.

Antes dos treinamentos, foi feita uma reunião com os pais para que ficassem cientes de que, se os filhos chegassem em casa com a notícia de algum incidente, como incêndio na escola, se tratava apenas de uma simulação. Consideramos a implantação do Programa ‘Conhecer para Prevenir’ de grande valia, pois a prevenção e o conhecimento são os recursos mais valiosos nas situações de emergência, avaliou a diretora Janete Pires Santiago. A evacuação total da unidade durou pouco mais de 14 minutos, tempo considerado aceitável para esse tipo de exercício.

O trabalho da Defesa Civil, combinado com outras ações estruturais e programas preventivos, aumenta a resiliência da comunidade local. Só com o envolvimento de todos podemos avançar mais na gestão de risco e na melhoria da nossa capacidade de enfrentar desastres, explicou o coordenador técnico da Defesa Civil João Batista Santos, presidente do grupo gestor do CPP.

Diagnóstico

Nas grandes simulações de acidentes com produtos perigosos, tiroteios, incêndios de grandes proporções, intoxicações e vazamentos, os agentes da Defesa Civil do Município, em parceria com o Corpo de Bombeiros, respondem pela instrução nos cursos e por responsabilidades com a comunidade, como isolamento da área atingida, identificação de pontos de encontro, de distribuição de materiais, de abrigamento, entre outras situações. As crianças e adultos instruídos no CPP recebem ainda conhecimentos de primeiros socorros e informações para evitar acidentes domésticos.

Uma das orientações repassadas aos diretores é a necessidade de elaboração do Plano para Preparação de Emergência Local (PPEL). É por meio dele são identificadas as situações de risco em potencial nas proximidades das escolas, como áreas de vulnerabilidade social ou risco de episódios de violência ou ameaça à escola.

No caso de simulação de tiroteio no bairro em que se encontra a escola ou o CMEI, orientamos as crianças e os profissionais de cada equipamento para se protegerem no interior dele, diz o inspetor Santos. Ele explica que os agentes municipais têm a missão de elaborar, em conjunto com as equipes das unidades envolvidas, os planos locais para implantação das práticas de prevenção de riscos e planejar a preparação das ações simuladas.

As administrações regionais contribuem na preparação com equipes capacitadas pela Defesa Civil; principalmente na simulação de situações adversas junto à comunidade escolar no Plano de Preparação de Emergência. São 40 coordenadores regionais do programa capacitados para as atividades.