SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O segundo envolvido no assassinato de um padre na França era um jovem de 19 anos já conhecido dos serviços de segurança como um potencial militante islâmico, segundo afirmaram fontes do judiciário e da polícia francesa à Reuters nesta quinta (28).
A polícia identificou o segundo homem como Abdel-Malik Nabil Petitjean, de uma cidade na fronteira da França com a Alemanha. Ele já era considerado suspeito e estava na mira da polícia após uma denúncia, vinda de um serviço de segurança estrangeiro, de que ele estaria planejando um ataque.
As revelações devem dar combustível às críticas de políticos da oposição de que o presidente François Hollande não fez o suficiente para impedir os dois terroristas, que já estavam sob vigilância da polícia.
Eles interromperam uma missa nesta terça (26), forçaram o padre, de 85 anos, a se ajoelhar e o degolaram. Os dois foram alvejados e mortos pela polícia.
O serviço secreto abriu, em 29 de junho, um arquivo sobre a radicalização de Petitjean, segundo fontes na polícia. O governo afirmou que cerca de 10 mil pessoas são alvos dos chamados “arquivos S”, relacionados a atividades jihadistas na França.
Seu cúmplice, Adel Kermiche, foi identificado pela polícia. Ele era conhecido dos serviços de inteligência depois de tentar mais de uma vez chegar à Síria para se juntar à jihad.
Kermiche, 19, usava uma pulseira eletrônica e esperava julgamento por participar de uma organização terrorista. Ele foi solto sob fiança e tinha direito a quatro horas diárias de atividades externas, durante a qual perpetrou o ataque à igreja em Saint-Etienne-du-Rouvray, no norte da França.
A mãe de Petitjean, Yamina, falou à emissora local BFM TV que seu filho nunca falou do Estado Islâmico. Três pessoas ligadas ao jovem foram detidas, incluindo um adolescente de 16 anos, que continua sob custódia policial.
O ataque de terça aconteceu menos de duas semanas depois do ocorrido em Nice, no sul do país, no qual um tunisiano invadiu comemorações do dia da Bastilha, matando 84 pessoas.