SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Poucas pessoas na história já experimentaram pisar fora da Terra. Os que fizeram isso talvez tenham levado consigo uma cruel lembrança da conquista espacial: problemas cardíacos. Um estudo, publicado nesta quinta (28) na revista científica “Scientific Reports”, foi o primeiro a analisar, a longo prazo, a saúde dos astronautas das missões Apollo, os únicos no mundo que se distanciaram do escudo magnético da Terra.

Problemas cardiovasculares aparentemente afetam mais os astronautas que foram para o espaço profundo quando comparados a outros que nunca voaram ou que realizaram voos orbitais. Para aprofundar os resultados, os cientistas da equipe afiliada à Nasa fizeram testes em ratos. Os pesquisadores concluíram que a radiação do espaço profundo pode ter causado os problemas cardíacos presentes nos astronautas das missões Apollo.

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Mesmo concordando que a radiação espacial é uma questão importante na saúde cardiovascular, especialistas da área acreditam que o pequeno número de astronautas que podem ser utilizados como amostra dificulta conclusões precisas. Somente 24 astronautas pisaram na Lua durante as missões Apollo. Desses, sete haviam morrido até o momento em que o estudo foi finalizado. Edgar Mitchell, que seria o oitavo, morreu após a conclusão da pesquisa. Dos sete, três morreram por problemas cardíacos, entre eles Neil Armstrong. Além de uma amostra reduzida, o estudo desconsiderou outros fatores de risco, como doenças prévias e histórico familiar.