Entre 2004 e 2016, houve 821 acidentes com cargas de produtos perigosos nas rodovias do Paraná, uma média de 68 casos por ano, ou um a cada cinco dias. Esses acidentes afetaram quase 330 mil pessoas em 161 municípios — além de deixar pessoas feridas e mortas, esses produtos podem contaminar áreas de mananciais e comprometer o abastecimento de água. A maioria das ocorrências foi na BR-277, que registrou 118 acidentes no período, dos quais 28 foram entre os quilômetros 24 e 40 da rodovia, no final da Serra do Mar, onde aconteceu um grave acidente no início do mês, que deixou cinco mortos e 12 feridos na explosão de um caminhão que transportava combustível.

As informações são da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, que ontem promoveu a reunião da Comissão Estadual de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Emergências contra Produtos Perigosos (R2P2), promovida pela Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, na sede do Serviço Social do Transporte (Sest/Senat), em Curitiba.

A implantação de áreas de escape, maior controle de velocidade e limitação de tráfego de caminhões que transportam produtos perigosos estão entre as medidas para evitar acidentes e que foram propostas durante o encontro.

Para o inspetor Lúcio Flávio Marins, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a medida mais eficaz para diminuir o número de acidentes nas rodovias seria um melhor controle da velocidade, já que, de acordo com ele, 90% dos veículos que se envolvem em acidentes estão em alta velocidade. Ele sugere que sejam adotados radares que calculam a média de velocidade dos veículos, diferentes dos utilizados hoje, que só captam a velocidade no local onde o radar está instalado.

Também foi discutida a implantação, pelas concessionárias das rodovias, de áreas de escape para a contenção dos veículos que perdem o controle. A Ecovia afirmou que deve investir R$ 3,6 milhões para a construção de uma área de escape na BR-277, próximo ao trecho onde aconteceu o acidente.

Outra medida para prevenir esses acidentes é limitar o tráfego dos caminhões que transportam produtos perigosos, que não rodariam nos fins de semana e feriados, quando há um maior número de veículos de passeio nas rodovias. A comissão está constantemente discutindo ações que possam melhorar a resposta e, principalmente, a prevenção desses acidentes. Queremos buscar soluções para minimizar situações como aquela que envolveu o caminhão carregado com etanol, disse o coordenador executivo da Defesa Civil, tenente-coronel Edemilson de Barros.