BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Ministério da Saúde lançou nesta sexta-feira (29) uma nova campanha em parceria com um aplicativo de encontros para informar sobre a prevenção contra o HIV. As ações devem ocorrer durante o período dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. O foco da campanha são usuários do Hornet, voltado principalmente para o público gay. A

partir de 1° de agosto, usuários do aplicativo devem começar a receber mensagens do Hornet que informam sobre o projeto e acesso a camisinha e outros meios de prevenção. Além das mensagens, cerca de 18 jovens, marcados com um laço azul -em referência a campanha internacional “Blue Ribbon Boys”, também voltada à prevenção- poderão interagir com outros usuários quando procurados e tirar dúvidas sobre prevenção, diagnóstico e tratamento do HIV, entre outros pontos.

A campanha, chamada de Close Certo, segue até 18 de setembro. Essa não é a primeira iniciativa do governo em aplicativos de encontros.

No ano passado, uma campanha veiculada no Tinder gerou polêmica ao inserir perfis falsos que anunciavam pessoas interessadas em “sexo sem camisinha e sem frescura”. Disfarçados de usuários normais do aplicativo, os perfis iniciavam a conversa dizendo: “E aí, curte sexo sem camisinha?” Em seguida, vinha a mensagem: “Olha, é difícil saber quem tem HIV. Se divirta, mas se proteja. Essa é uma ação do Ministério da Saúde.”

A campanha, no entanto, irritou o Tinder, que informou que iria excluir os perfis falsos seriam desativados por violarem os termos de serviço do aplicativo. Neste ano, para evitar novos problemas, o Ministério da Saúde mudou a abordagem e sinalizou os usuários que devem passar informações sobre a campanha.

A iniciativa também foi planejada em parceria com a Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids) e Unesco. “Esperamos que, com isso, as pessoas que tenham dúvidas [sobre o HIV] busquem esses 18 voluntários para fazer perguntas”, diz Adele Benzaken, diretora do departamento de DST/Aids do Ministério da Saúde.

 

AIDS ENTRE JOVENS

Para Benzaken, a campanha em aplicativos é necessária para ampliar a informação sobretudo entre os jovens, que considerados mais vulneráveis à epidemia. Em 2004, por exemplo, a taxa de detecção da Aids entre jovens de 15 a 24 anos era de 9,5 casos a cada 100 mil habitantes. Já em 2014, passou para 13,4 casos a cada 100 mil habitantes, um crescimento de 41%. “São jovens que não viveram o início da epidemia e não presenciaram a morte de amigos e personagens importantes para a à época [devido à Aids].

A evolução da terapia também fez com que a Aids não tivesse mais o mesmo aspecto que tinha no início da epidemia. Isso faz com que muitas pessoas hoje minimizem o temor da doença”, afirma ela, que defende intensificar as medidas de prevenção e testes para diagnóstico.