ALFREDO MERGULHÃO
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Justiça Federal no Rio aceitou denúncia contra 15 investigados por corrupção na Eletronuclear, nesta sexta-feira (29).
Todos são alvos da Operação Pripyat, desdobramento da 16ª fase da Lava Jato, que levou para a prisão o almirante Othon Pinheiro, ex-presidente da empresa.
Os réus foram acusados pelo MPF (Ministério Público Federal) na última quarta-feira (27). A decisão é do juiz Marcelo Brêtas, da 7ª Vara Federal Criminal no Rio. Esta é a primeira denúncia que resulta do trabalho da força-tarefa da Lava Jato no Estado.
Segundo o MPF, a organização criminosa comandava esquema de fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro em contratos entre Eletronuclear e as empresas Andrade Gutierrez e Engevix para as obras da Usina de Angra 3.
Cinco ex-funcionários da Eletronuclear tornaram-se réus com a decisão: Luiz Antônio de Amorim Soares, Luiz Manuel Amaral Messias, José Eduardo Brayner Costa Mattos, Edno Negrini e Pérsio José Gomes Jordani.
Todos ocuparam cargos de direção na empresa e estão presos preventivamente desde a operação Pripyat.
Ainda foram denunciadas mais dez pessoas, como os ex-executivos da Andrade Gutierrez Rogério Nora de Sá, Clovis Peixoto Primo, Gustavo Botelho e Flavio Barra, além de Antunes Sobrinho, sócio da Engevix.
As empresas são acusadas de terem pago propina aos funcionários da Eletronuclear em troca de benefícios.
Eles vão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e embaraço à investigação de organização criminosa.
Othon Pinheiro já respondia processo por corrupção na Eletronuclear. Por este motivo, ele não consta entre os acusados que viraram réus na decisão desta sexta-feira.