SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A polícia da Argentina prendeu neste sábado (30) dois suspeitos de criar um perfil de um falso terrorista nas redes sociais para ameaçar colocar bombas na Casa Rosada e matar o presidente Mauricio Macri. Criada na quinta (28), a conta HassanAbuJaaf tem ameaças escritas em árabe. Nela, os supostos terroristas dizem ter chegado a Buenos Aires “como enviados de Alá” para fazer atentados. Além da sede do governo argentino, aparecem como alvos o metrô portenho e o shopping Abasto, que fica no bairro que concentra a maior parte da comunidade judaica da cidade. Em uma das fotos, colocam uma imagem de bananas de dinamite preparadas e a frase: “Nos vemos logo, Mauricio Macri”. A primeira mensagem foi publicada na noite de quinta e a última, na noite de sexta. Os jovens de 21 anos foram presos durante a madrugada em uma casa no bairro portenho de Villa Ortúzar. Com eles, foram apreendidos computadores, telefones e outros aparelhos eletrônicos. “A princípio são dois garotos entediados que queriam provocar algum tipo de caos. Temos que ver o que os motivou a ameaçar”, disse o chefe da divisão de crimes cibernéticos da polícia, Carlos Rojas. A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, disse que esta não era uma ameaça real e que os argentinos podem ficar tranquilos, mas que o caso não ficará impune. “Qualquer ação intimidatória e ameaçadora não é brincadeira.” FALHAS Apesar das ameaças, o perfil tinha detalhes que evidenciavam a farsa. As duas fotos usadas no perfil argentino são de forças rebeldes contrárias ao regime do ditador Bashar al-Assad e à milícia terrorista Estado Islâmico. A mãe de um dos presos, Nora Donda, criticou a polícia pelas prisões e alega que os agentes destruíram a casa onde estava seu filho. No entanto, reconheceu que a brincadeira dos jovens foi além da conta. “Essas mensagens foram um disparate, uma irresponsabilidade de dois idiotas que não tinham nada para fazer. Meu filho é um menino normal, que estuda, têm amigos e sai de noite”, disse Donda.